O que esperar do Grande (e veloz) Prémio da Arábia Saudita
Max Verstappen, atual campeão, venceu a prova inaugural, no Bahrein. Foto IMAGO

O que esperar do Grande (e veloz) Prémio da Arábia Saudita

FÓRMULA 106.03.202418:25

Novo teste para os carros de 2024, numa pista com características bem diferentes das de Bahrein; circuito de Jeddah é o segundo mais rápido do calendário; pilotos fazem balanço do fim de semana que se avizinha assim como as conclusões relativas à primeira prova da temporada

Arranca esta quinta-feira o Grande Prémio (GP) de Fórmula 1 da Arábia Saudita, a segunda prova de 2024. Apesar de acolher o GP de forma temporária, os pilotos sabem que vão competir aqui nos próximos anos, antes da conclusão de construção do perímetro de Qiddyia, cujos novos detalhes foram revelados na terça-feira.

Depois da prova do Bahrein, onde mais uma vez Max Verstappen e a Red Bull dominaram por completo, segue-se uma pista (Circuito de Jeddah Corniche), com características bem diferentes. Sem surpresas é mesmo construtor de Milton Keynes e o tricampeão mundial em título que se colocam como grandes favoritos a vencer, uma vez que tanto o neerlandês (2022) como Sergio Pérez (2023) foram os únicos vencedores aqui desde que entraram em vigor os atuais regulamentos (2022). Ainda assim, este é o segundo teste para os monolugares de 2024, tudo devido às diferentes características do circuito onde vão competir.

HORÁRIOS DAS SESSÕES - GP ARÁBIA SAUDITA

Quinta-feira, dia 7 de março:
Primeira sessão de treinos - 13.30 H
Segunda sessão de treinos - 17 H

Sexta-feira, dia 8 de março:
Terceira sessão de treinos - 13.30 H
Qualificação - 17 H

Sábado, dia 9 de março:
Corrida - 17 H

Se a primeira etapa da época se disputou num circuito com uma mistura de curvas de baixa velocidade com outras de média e alta velocidade, em Jeddah encontramos a segunda prova com média mais veloz do calendário – cerca de 250 quilómetros por hora -, apenas atrás do GP de Itália (Monza), também conhecido como o Templo da Velocidade (260 km/h).

Circuito Jeddah Corniche (Fonte: Formula 1)

Mas a diferença é que esta tem lugar numa dita pista própria para corrida – normalmente com mais manobra para erro devido ao espaço existente para lá dos limites e dos corretores -, ao passo que o evento saudita decorre em plena cidade estando limitada, assim, pelas paredes. Esta é ainda a pista com mais curvas da temporada, 27, e a juntar às altas velocidades, o espaço para erro é mínimo, especialmente em curvas com visibilidade reduzida.

FICHA DO CIRCUITO DE JEDDAH CORNICHE

Primeiro Grande Prémio - 2021

Número de voltas - 50

Perímetro da pista - 6,174 quilómetros

Distância da corrida - 308,450 quilómetros

Volta mais rápida em corrida - Lewis Hamilton (2021) com 1.30,734 minutos com W12 da Mercedes

O que disseram os pilotos antes do arranque do Grande Prémio da Arábia Saudita?

Charles Leclerc (Ferrari): «O nosso principal foco [desde o Bahrain] tem sido os travões, mas não sei o que esperar - é difícil julgar depois de uma corrida. Não tivemos nenhum problema como este [nos testes]. Temos estado a trabalhar no assunto e esperamos resolvê-lo. Estamos numa situação muito melhor do que no ano passado»

George Russell (Mercedes): «As conclusões que tirámos [do Bahrein] é que o carro tem potencial, fomos verdadeiramente rápidos. Mas na corrida tivemos alguns problemas de arrefecimento que nos apanharam de surpresa, houve pelo menos uma perda de 15 segundos na bateria. Acho que teríamos estado na luta pelo P2 com o Checo e o Carlos», disse o inglês referindo-se a um problema na bateria que prejudicou o carro de Russell.

Lando Norris (McLaren): «Espero que estejamos ao nível dos carros que nos rodeiam, Aston [Martin], Mercedes, Ferrari, esperemos que com a Red Bull também, mas é pouco provável. Esta pista é mais adequada para nós do que a do Bahrein, porque é mais rápida. Não é o meu circuito favorito, mas é uma pista razoável para ultrapassagens no passado.»

George Russell (Mercedes) e Charles Leclerc (Ferrari) na conferência de imprensa do Grande Prémio do Bahrein (IMAGO/HochZwei)

Fernando Alonso (Aston Martin): «É preciso melhorar mais do que os outros, mas o carro é mais forte na travagem e na gestão dos pneus. Penso que ninguém vai bater a Red Bull durante algum tempo.»

Esteban Ocon (Alpine): «Confio nas decisões que estão a ser tomadas neste momento. Não estamos onde queremos estar, mas confio no processo. No final, estamos todos no mesmo barco, não estamos todos satisfeitos com a situação em que nos encontramos, é uma altura frustrante, sem dúvida.»

Daniel Ricciardo (RB): «Estou muito entusiasmado por voltar a correr aqui, porque a pista é divertida e tem muita velocidade. por isso estou entusiasmado por sentir o carro num circuito como este. É húmido, bastante ventoso, um asfalto completamente diferente do que há em Bahrein - muito provavelmente uma corrida de uma paragem e fisicamente será um desafio muito maior.»

Pneus disponíveis para o Grande Prémio da Arábia Saudita

Outra das mudanças em relação ao GP inaugural, são os pneus destacados pela Pirelli para este fim de semana. Se os compostos C1, C2 e C3 foram os macios, médios e duros, respetivamente – devido ao forte desgaste que o asfalto do Bahrein provoca – a fornecedora dos pneumáticos vai disponibilizar os C2, C3 e C4, significando que os pilotos e equipas vão ter à disposição pneus mais macios, rápidos e menos duradouros, pelo menos em teoria.

Em 2023, as equipas optaram por uma estratégia de uma paragem apenas, sendo que os médios foram os escolhidos para o primeiro período da corrida e os duros para o segundo. O vencedor da prova passada, Sergio Pérez, fez 18 voltas com médios, e completou outras 32 duas com os pneumáticos duros. Desta forma, espera-se que também seja esta a estratégia para este fim de semana.