Equipas focaram-se mais uma vez em programas de simulação de corrida; sentimento no padoque é de que a Red Bull é a mais rápida, apesar das melhorias dos rivais, especialmente da Ferrari
Terminaram esta sexta-feira os testes de pré-temporada de Fórmula 1, que tiveram lugar no circuito internacional de Bahrein, cuja pista vai acolher o primeiro Grande Prémio (GP) da época. A Ferrari voltou a chegar ao topo da classificação, desta vez por mérito de Charles Leclerc, com tempo de 1.30,322 m. George Russell pôs a Mercedes em segundo (+0,046 s) e Zhou Guanyu colocou a Kick Sauber no último lugar do pódio (+0,325 s).
Tempos e número de voltas realizadas do 'top-10' com composto de pneus usado para a melhor marca:
No entanto, se as voltas mais rápidas nesta fase do ano não são totalmente representativas, já que todas foram conseguidas com pneus de composto macio C5 e C4, que não vão estar disponíveis para a primeira corrida do ano. Tudo isto adicionando ao facto de as equipas esconderem performance do motor, assim como a quantidade de combustível que colocam no carro, tornando-o mais pesado e lento.
A sessão começou, mais uma vez, com uma das coberturas de drenagem na curva 11 – exatamente a mesma de ontem – o que forçou a mais uma interrupção. Mas tal como no segundo dia, o foco esteve na quilometragem dos monolugares e também na simulação de ritmo de corrida. O sentimento que as equipas destacam é que a Red Bull continua a ser a equipa mais forte neste aspeto.
Fernando Alonso, da Aston Martin, afirmou mesmo que «19 dos 20 pilotos já sabem que não vão ganhar o Campeonato do Mundo de Pilotos». Max Verstappen, principal candidato a este título, mostrou-se mais cauteloso. «Hoje não nos focamos em ser os mais rápidos, mas sim estender o período de tempo em pista. Tudo pareceu muito positivo. Estou contente com a forma como o carro respondeu. Aprendemos imenso nestes três dias e compreendemos o impacto de todas as mudanças e testes que fizemos. Sabemos que caminho queremos seguir e o que fazer já na próxima semana.»
A Scuderia também demonstrou confiança, afirmando claras melhorias com a base do monolugar para 2024. Se ontem Carlos Sainz referiu que o novo corpo do SF-24 tornou o carro mais previsível e mais fácil de manobrar, os tempos consistentes num número alargado de voltas indicam que o construtor de Maranello parece ter encontrado solução para o desgaste dos pneus que assombrou a equipa tanto em 2022 e 2023, o que deve ajudar a ser mais competitivos em dia de corrida, mantendo ainda a qualificação como um ponto forte nos GPs.
Os pilotos parecem motivados para o começo da corrida:
McLaren e Mercedes estiveram afastadas dos holofotes, apesar da consistência que mostraram ao longo destes três dias, mas o contrário pode ser dito da RB – equipa satélite da Red Bull. Tanto Yuki Tsunoda como Daniel Ricciardo foram consistentemente rápidos, o que os pode a ver lutar por lugares na primeira metade da tabela.
Esta sexta-feira também foi o melhor dia que a Williams teve, já que não mostrou qualquer problema de fiabilidade no FW46 e com Alexander Albon dentro do monocoque, somaram mais 121 voltas. A Alpine manteve-se algo desaparecida desta pré-época e em entrevistas, o estado de espírito da equipa é o de gerir expetativas, prevendo um arranque de ano mais trabalhoso.
No entanto, todas as dúvidas e certezas só serão confirmadas no próximo fim de semana, com o começo do Grande Prémio de Bahrein – de 29 a 2 de março -, uma vez que aí começa o Mundial e nada ficará por esconder.
Classificação completa:
Resumo dos outros dois dias de testes:
Início da pré-temporada mostrou as equipas a testarem e a procurar resolver os problemas dos novos carros; Max Verstappen foi o mais rápido e o que mais voltas fez; Rivais mostraram abordagens diferentes; Williams foi a única com problemas de fiabilidade no monolugar
Carlos Sainz foi o mais rápido depois da Red Bull ficar no topo da primeira sessão; Pérez e Hamilton foram segundo e terceiros; equipas focaram-se em simulação de corrida