Voleibol feminino: Benfica vence Supertaça

Encarnadas derrotaram FC Porto, por 3-1, em final realizada em Santo Tirso

O Benfica conquistou a primeira Supertaça feminina de voleibol do historial clube, ao vencer o FC Porto num jogo em que conseguiu reagir a derrota no primeiro set, recuperando e depois, com qualidade e solidez exibicionais, impôs-se ao favorito campeão nacional, contra o qual recentemente perdera a final da Taça Ibérica.

   A equipa encarnada, detentora da Taça de Portugal (venceu na final o Colégio Efanor), não resistiu à superioridade portista no set inaugural, que dominou, fechando-o com esclarecedores 25-16, mas as forças da contenda mudariam de lado no segundo parcial. As águias transfiguram-se para melhor e igualaram o encontro com 25-19.

No terceiro parcial, o Benfica manteve-se por cima no jogo até aos 23-17, mas o FC Porto replicou e reduziu até à desvantagem marginal (22-23 e 23-24). Mas as ex-portistas Aline Delsin e Maria Luísa Oliveira emergiram na equipa da Luz para garantir a vitória por 25-23.

O quarto set foi teve um sentido, o do sucesso benfiquista, e foi o mais desnivelado da partida (25-15), face a um FC Porto a esvaziar-se de força anímica.

Rui Moreira, treinador do Benfica, destacou o ineditismo desta conquista pela sua equipa e fez curiosa análise ao jogo. «É um troféu que o clube perseguia. Em março deste ano fizemos história ao conquistarmos uma Taça de Portugal, uma competição que, no feminino, o clube já não vencia há 50 anos, e agora a Supertaça, que nunca tinha ganho. Estamos a construir uma cultura de história dentro da modalidade feminina do clube, dentro da equipa, que tem muita gente jovem e que tem de se habituar a ganhar», começou por declarar o técnico das encarnadas.

«Para este triunfo foi muito importante, e tem vindo a ser excelente, o trabalho do psicólogo da nossa equipa. O jogo de voleibol feminino é muito emocional. O FC Porto entrou muito forte no serviço, a aproveitar bem as transições fruto do seu serviço e bloco, sufocou-nos e não conseguimos jogar, cometendo erros de serviço, ataque e receção», continuou Rui Moreira.

«Depois, conseguimos fazer uma coisa que não tínhamos conseguido concretizar nos jogos anteriores: conseguimos servir muito bem, blocar muito bem e aproveitar muitas transições e ter paciência nas transições menos boas. Acho que foi isso que fez com que o Porto ficasse intranquilo. Acabámos por ficar emocionalmente por cima do jogo e nunca relaxámos, dominando totalmente os sets a partir do segundo parcial», conclui o treinador das águias.

O treinador do FC Porto, Miguel Coelho, apontou o que falhou na sua equipa. «Entrámos bem no jogo, mas a consistência é que é a chave no desporto que estamos a jogar. Não adianta muito uma equipa jogar muito bem um set ou um set e meio. Interessa é quem joga melhor grande parte do tempo. Fomos bons no primeiro set e depois a espaços e quando assim é não se merece ganhar. O Benfica conseguiu ser melhor durante mais tempo e aproveitou-se dos nossos erros. Erros de serviço, de ataque e pouca paciência para jogar mais transições. Inclusive, no primeiro set, que ganhámos, errámos oito serviços. A ajudar à qualidade individual e coletiva que um dos candidatos ao título também tem, nos acrescentámos demasiados erros e isso deixou o Benfica superconfortável para jogar».