Tenista espanhol diz que o corpo não aguenta mais; Nuno Borges foi o seu último adversário no circuito ATP
Rafael Nadal, 38 anos, anunciou esta quinta-feira a retirada do ténis, terminando depois de jogar a Taça Davis com Espanha, em Málaga, em novembro.
Num vídeo de mais de 4 minutos, Nadal começa sem rodeios: «Estou aqui para comunicar que me retiro do ténis profissional. Foram anos difíceis, especialmente os últimos dois. Não fui capaz de jogar sem limitações. É uma decisão evidentemente difícil, que me levou algum tempo a tomar, mas nesta vida tudo tem um princípio e um fim», diz.
«Creio que é o momento apropriado para por fim a uma carreira longa e com muito mais êxito do que poderia imaginar», acrescenta.
«Creio que é o momento apropriado para por fim a uma carreira longa e com muito mais êxito do que poderia imaginar», acrescenta.
«Mas fico muito contente que o meu último torneio seja a final da Taça Davis a representar o meu país, é um fechar de círculo, sendo que uma das minhas primeiras alegrias como tenista foi a final de Sevilha em 2004. Sinto-me um felizardo por tudo o que pude viver», diz ainda.
Nos últimos dois anos, a carreira foi afetada por uma grave lesão na anca, que o obrigou a ser operado em 2023, Regressou, mas nunca a cem por cento.
Antes dos Jogos Olímpicos de Paris, em que participou ao lado de Carlos Alcaraz, tinha chegado à última final no torneio de Bastad, na Suécia, na qual foi derrotado pelo português Nuno Borges, que foi assim o seu último adversário no curcuito ATP.
Tenista português foi recebido no Aeroporto de Lisboa em grande festa, após ter conquistado o seu primeiro título ATP da carreira, e revelou que já vai estar em Paris, na terça-feira, para os Jogos Olímpicos
Os rivais e o palmarés
Agradece a «toda a indústria do ténis, a todos os parceiros durante tantos anos, especialmente aos meus grandes rivais. Passei muitas horas com eles e vivi muitos momentos que vou recordar para o resto da minha vida», explica enquanto passam no vídeo imagens e Roger Federer e Novak Djokovic – os três são conhecidos como os big 3, de que só resta o sérvio.
O rei de Roland Garros, com 14 títulos, e 22 Grand Slam no total, pendura a raquete nas Finais Davis de Málaga, onde a Espanha se estreia contra os Países Baixos. Antes ainda participa no Six Kings Slam, na Arábia Saudita, de 16 a 19 de outubro.
Foi campeão em Paris de 2005 a 2008, de 2010 a 2014, de 2017 a 2020 e 2022; Venceu duas vezes em Wimbledon, em 2008 e 2010; em casa tem quatro US Open (2010, 2013, 2017 e 2019) e um dois Open da Austrália (2009 e 2022). No total, 92 títulos.
Fala ainda da sua equipa de treinadores: «Não são funcionários, são amigos. Apoiaram-me sempre que precisei deles. Momentos muito bons, momentos muito maus, momentos em que tive de apertar, momentos em que tive de me soltar. Vivemos tanta coisa que é difícil de explicar.»
Destaque para a família: «É tudo para mim. A minha mãe fez todos os sacrifícios que tinha de fazer para que tivéssemos sempre tudo. A minha mulher, Nery, estamos juntos há 19 anos, obrigada por tudo o que fizeste. Ela tem sido a minha companheira de viagem perfeita. Chegar a casa todos os dias e ver como o meu filho está a crescer, dá-me uma força que me mantém vivo e com energia para continuar. A minha irmã, e o meu tio [Toni Nadal], a razão para ter começado a jogar ténis. Graças a ele também superei muitas situações difíceis. E o meu pai, fonte de inspiração.»
E por fim os adeptos. «Não sei como agradecer, deram-me energia a cada momento, tudo o que vivi foi um sonho tornado realidade. Vou com a paz de de ter dado o meu melhor, esforçado em todos sentidos. Mil obrigados a todos, conclui.
(atualizado às 10.59 horas)