«Ter mais de 80 atletas em Paris-2024 será boa notícia para Portugal»
Marco Alves, chefe da Missão Portuguesa nos Jogos Olímpicos de Paris2024 (José Sena Goulão/Lusa)

«Ter mais de 80 atletas em Paris-2024 será boa notícia para Portugal»

JOGOS OLÍMPICOS20.03.202417:29

Chefe da Missão portuguesa admite redução da comitiva lusa em Paris

A cerca de quatro meses do arranque dos Jogos Olímpicos de Paris, parece inevitável que Portugal vai ter menos atletas presentes do que nas últimas edições.

Esse cenário é admitido por Marco Alves, Chefe da Missão portuguesa em Paris2024, em declarações à margem de um evento com jornalistas, apontando o cenário que consideraria positivo.

«Historicamente, temos algumas modalidades que qualificam um ou dois atletas, e a confirmação da qualificação dessas modalidades em que classificamos menos atletas pode ainda influenciar os números finais, mas temos a expectativa de qualificar entre 70 e 80 atletas», disse, sublinhando: «Se qualificarmos mais de 80 atletas, será uma boa notícia para Portugal».

Isso representa uma diminuição em relação à representação nas duas últimas edições, em Tóquio (91) e no Rio de Janeiro (89), numa situação facilmente explicada pelo responsável.

«Quando iniciámos o processo de qualificação para Paris, tínhamos duas modalidades coletivas que nos apresentavam algumas garantias de se poderem qualificar: o futebol, no verão passado, não confirmou essa qualificação; e o andebol também não garantiu a qualificação no torneio que se realizou recentemente [domingo]. Em termos de números, será um revés face às últimas edições», apontou.

Ainda assim, Marco Alves garante que a redução no número de atletas não muda a ambição da Missão em relação às medalhas, que continua a apontar para «quatro ou mais medalhas».

«Mudámos um pouco o paradigma neste contrato-programa, no que estabelecemos em termos de compromissos para esta Missão de Paris. Isso não tem tanto a ver com o número de atletas que estarão a representar Portugal, mas com o número de medalhas que os atletas poderão disputar. E é para nós um indicador importante o número de atletas que possam disputar medalhas, e os eventos em que Portugal pode participar e estar na luta por esses lugares», refere, calculando que a comitiva pode «disputar 66 eventos de medalhas».

O cenário traçado, recorde-se, não contempla a participação ainda em dúvida de Patrícia Mamona (medalha de prata em Tóquio), Auriol Dongmo (4.ª no lançamento do peso) e de Pedro Pichardo (campeão olímpico), todos afastados de competição neste momento devido a lesões.

«Tivemos um conjunto de lesões com atletas que já estavam qualificados, o que atrasou um pouco a preparação. Sem dúvida que são atletas que têm expectativas de disputar lugares de pódio, porque já o fizeram no passado. Mas também tivemos durante este ciclo um conjunto de resultados em Campeonatos do Mundo, que nos permitem reiterar os objetivos que estabelecemos. Tivemos vários atletas a garantir medalhas em Campeonatos do Mundo – que são o nosso principal barómetro – e que podem estar a competir por esses lugares em Paris», finalizou.