Alerta, alerta! O FC Porto vai jogar fora

OPINIÃO07:30

Vítor Bruno 'cheirou' a liderança da Liga e agora volta a estar no centro da contestação. Não há explicação para a primeira parte da Choupana e não será certamente o mercado a resolvê-la

O lance do segundo golo do Nacional no jogo com o FC Porto diz muito sobre a época dos dragões, além dos péssimos resultados fora de casa ou da falta de estofo para chegar ao primeiro lugar da Liga. Nos momentos anteriores ao cabeceamento de Zé Vítor quase sem oposição, outro Vítor, o Bruno, andava de um lado para o outro no banco: Zaidu pareceu prestes a entrar para Galeno poder voltar finalmente ao lugar onde se torna mais perigoso e faz a diferença, mas a lesão de Martim Fernandes terá mudado os planos. Entraram, afinal, João Mário para lateral-direito e Namaso para o lugar de Pepê. Ainda o brasileiro ia a passar fora das quatro linhas quando o Nacional bateu o canto e o FC Porto, desorganizado e sem saber o que fazer, sofreu o segundo. Tinham passado 44 minutos (entre dois dias diferentes, graças ao nevoeiro) e estava ditada a sentença para uns azuis e brancos amorfos, macios e tão desorientados quanto o seu técnico na hora de mexer antes de uma bola parada.

Cumprida a primeira volta e passados tantos momentos de contestação, Vítor Bruno poderá sempre agarrar-se ao pequeno ponto que separa o FC Porto da liderança, ou aos confrontos diretos com os rivais por acontecer no Estádio do Dragão. Bem vistas as coisas, tudo pode acontecer. Mas, nesta altura, e após 11 trocas de treinador em clubes da Liga, talvez Vítor Bruno só esteja ainda nesta posição porque Sporting e Benfica também tenham feito muita autossabotagem.

As contas serão feitas no fim, é certo, mas o mercado está aberto e não será um extremo a resolver o apagão de Pepê e Alan Varela, a imaturidade de Rodrigo Mora e Vasco Sousa, ou a falta de qualidade de alguns elementos do plantel. Não será ainda um extremo a ganhar os jogos fora do Dragão, ou a recuperar a Taça de Portugal e a Taça da Liga, ou a definir a estratégia e a mentalidade para que primeiras partes como as da Choupana não se repitam.

André Villas-Boas já desceu ao balneário mais do que uma vez e a questão não está resolvida, pelo que o presidente já terá percebido que não há murros na mesa que o salvem da esperança de uma época à Co Adriaanse - com muitas dúvidas, demasiada contestação, pontos perdidos para os rivais de Lisboa e o título de campeão no fim. Esse será o melhor dos cenários para os portistas, mas partidas como esta com o Nacional não deixam antever que será o mais provável. A próxima é com o Gil Vicente, que só perdeu uma vez em Barcelos. Azar dos azares, na segunda volta o FC Porto vai ter mais um jogo fora...