Israelita surpreendeu a portuguesa num contra-ataque aos 19s para garantir o 3.º lugar num campeonato da Euroopa pelo segundo ano seguido.
Cinco meses após ter sido medalha de bronze em Montpellier-2023, Patrícia Sampaio (-78 kg), de 24 anos, não conseguir repetir a presença no mesmo degrau do pódio no campeonato da Europa de judo, agora em Zagreb-2024, ao perder o decisivo combate face à israelita líder do ranking, campeã mundial em Doha-2023 e vencedora do Masters-2023 Inbar Lanir.
A judoca do Gualdim Pais entrou de rompante e efetuou de imediato um varrimento a Lanir, mas a detentora do título mundial, com o seu dorsal vermelho, vinha com a tática preparada para alguém que já a havia derrotado quatro vezes desde o tempo que eram cadetes e esperou por mais duas investidas da portuguesa para a surpreender num fulminante contra-ataque que terminou com a discussão do bronze em apenas 19s.
Judoca do Sporting teve dificuldade em contrariar a tática do adversário para conseguir atacar como desejava e acabou por levar três castigos por passividade apesar do selecionador Pedro Soares tentar que alterasse a atitude.
Para Inbar Lanir, também de 24 anos, é a segunda medalha de bronze num campeonato da Europa após ter dividido essa posição com Sampaio em Montpellier-2023.
A disputar o Euro sénior pela sexta ocasião, Patrícia - enquanto júnior foi bicampeã e também venceu a prova nos sub-23 -, esteve isenta da ronda inaugural para depois realizar três combates até chegar ao momento de lutar pelo pódio.
Começou o último dia de competição individual, domingo haverá a prova por equipas mistas em que Portugal não participa, a eliminar a kosovar Loriana Luka (28.ª) com um wazari a 34s do fim.
Francesa Lea Fontaine travou, pela quinta vez, a progressão da olímpica portuguesa. Portugal conclui campeonato com um 3.º lugar de Catarina Costa (-48 kg) e três 5.ºs de Joana Crisóstomo (-70 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg) e Rochele Nunes (+78 kg)
Nos quartos de final encontrou uma habitual adversária no Circuito Mundial, Anna-Maria Wagner (3.ª). Foi a 11.ª vez que se defrontaram, com a alemã, que perdeu a final face à francesa Audreu Tcheumeo (9.ª), a desempatar os confrontos para 5-6 graças a um wazari aos 5.29m, a responder da melhor maneira a um ataque da portuguesa para fechar um combate que foi sempre vivo e equilibrado.
Judoca da Académica de Coimbra conta como foi superando as limitações fisicas sem mostrar às adversárias as dores que sentia no corpo depois de cinco meses afastada devido a duas leões e uma cirurgia e como se supreendeu a resolver combates a fazer contra-ataques que nem tinha treinado
Caindo para a repescagem, Patrícia dominou por completo a luta face a Guusje Steenhuis (4.ª), em que judoca dos Países Baixos raramente conseguiu aplicar qualquer técnica depois de ter sofrido wazari aos 14s.
Sábado -78 kg: Patrícia Sampaio, 5.ª classificada (2 v-2 d) +78 kg: Rochele Nunes, 5.ª classificada (2 v-2 d) -100 kg:Jorge Fonseca, não classificado (0 v-1 d) Selecionadores: Marco Morais e Pedro Soares
Até a este confronto europeu Lanir raramente se havia dado bem contra Patrícia. Nas quatro ocasiões anteriores em que as duas se cruzaram desde 2016, ainda como cadetes, Sampaio só não havia levado a melhor uma.
Judoca da Universiade Lusófona acabou a uma vitória de subir ao pódio no Europeu de Zagreb e igualar o bronze que o irmão João conquistou em Lisboa-2021. Está a combater como há muito não fazia e enfrentou sempre adversárias de 'ranking' superior, mas sabe que ainda lhe falta algo para superar o 'furacão' Tsunoda, que lhe tirou mais uma medalha.
Tinha sido em junho de 2023, no Grand Slam de Ulaanbaatar, na Mongólia. Mas nessa mesma temporada Patrícia conseguira eliminá-la nos Grand Slams de Paris e Tel Aviv.
Recorde-se que Portugal já conquistou uma medalha de bronze logo no primeiro dia de Zagreb-2024 através de Catarina Costa (-48 kg) - havia sido vice-campeã europeia em Sófia 2022 e Montpellier-2023 -, e ontem Joana Crisóstomo (-70 kg) ficou a uma vitória do pódio, assim como, já este sábado, Rochele Nunes (+78 kg).