8 dezembro 2024, 10:15
Patrícia Sampaio conquista medalha de bronze no Grand Slam de Tóquio
Judoca portuguesa, medalha de bronze em Paris 2024, venceu a japonesa Shori Hamada por ippon
Surpreendentemente curiosa e até receosa de como voltaria ao Circuito Mundial depois do bronze olímpico em Paris-2024, Patrícia (-78 kg) garantiu o 3.º lugar no Grand Slam de Tóquio. Já tinha saudades de competir e não queria ter de esperara mais dois meses até ao começo da nova temporada, no Grand Slam de Paris.
«É verdade, foi um regresso em grande. Mas também um dia bastante cansativo... A diferença horária [para Portugal] é muita e ainda não estou a dormir plenamente, mas também porque um grand slam significa sempre combates duros», declarou Patrícia Sampaio (-78 kg) a A BOLA após a conquista da medalha de bronze no Grand Slam de Tóquio.
Etapa que encerrou a temporada de 2024 do Circuito Mundial e marcou o regresso da Seleção, ainda que com apenas três judocas, à ação. Na véspera, Catarina Costa (-48 kg) ficara a uma vitória do pódio. Ontem, no último dia da prova, Bárbara Timo (-70 kg, 27.ª) viu-se afastada logo na ronda inaugural ao perder face à japonesa Ron Maeda (86.ª), que chegou ao bronze, por ippon.
CAMINHO PARA O BRONZE
Patrícia Sampaio (10.º do ranking) -78 kg
Aleksandra Babintseva (Rus, 47.ª), vitória por ippon, 42s
Kurena Ikeda (Jpn, 93.ª), derrota por wazari, 8.27m
Migle Dudenaite (Lit, 34.ª), vitória por ippon, 1.38m
Shori Hamada (Jpn, 33.ª), vitória por ippon, 3.45m
Após, em agosto, ter garantido o 3.º lugar nos Jogos de Paris, e na passada semana voltado à competição arrebatando o título de campeã nacional sénior pela quinta vez, ontem, no Tokyo Metropolitam Gymnasium, Patrícia (10.ª do ranking) retornou aos palcos internacionais. Apenas foi travada pela japonesa Kurena Ikeda (93.ª), que num extenuante combate nos quartos de final de 8.28m, resolveu a questão por wazari.
CLASSIFICAÇÃO
-78 kg: 1.ª, Kurena Ikeda (Jpn); 2.ª, Minju Kim (Kor); 3.ª, Patrícia Sampaio (Por) e Mami Umeki (Jpn).
Apesar da derrota, a olímpica do Gualdim Pais não esmoreceu. Na repescagem, eliminou a lituana Migle Dudenaite (34.ª) por ippon em 1.38m, para depois, na luta pelo último degrau do pódio, superar a veterana japonesa Shori Hamada (33.ª) com ippon a 15s do fim. No primeiro combate, 42s haviam bastado para Sampaio despachar a russa Aleksandra Babintseva (47.ª). A final foi ganha por Ikeda, que impôs um ippon à sul-coreana Minju Kim (67.ª), após 6.58m.
A seguir aos Jogos estava muito curiosa em perceber como é que me iria sentir porque em Paris havia atingido o auge. Era a primeira vez a competir com um objetivo que não uma medalha olímpica. Antes tinha passado meses e meses a treinar com isso em mente.
Quisemos saber como é que foi voltar a uma competição internacional após os Jogos? «Foi muito bom. A seguir aos Jogos estava muito curiosa em perceber como é que me iria sentir porque em Paris havia atingido o auge. Era a primeira vez a competir com um objetivo que não uma medalha olímpica. Antes tinha passado meses e meses a treinar com isso em mente. Agora, com um novo foco, estava curiosa em saber como me ia portar. Mas foi muito bom», reforçou Patrícia, de 25 anos, revelando ainda que decidiu ir ao Japão logo em setembro.
A competição é o meu combustível para treinar todos os dias e querer melhorar com vista a ganhar. É essa a motivação diária. Sou uma pessoa que gosta realmente da parte competitiva.
«Comecei aí a preparação e assim que cheguei a Tóquio, pelo quão feliz me senti, mesmo antes da prova, percebi de imediato que tinha sido uma boa decisão. Queria voltar cedo. Passaram quatro meses, por isso acho que foram decisões acertadas», acrescentou Sampaio que passou a deter 11 medalhas no Circuito (1+1+9), sete em grand slams (0+1+6).
No dia seguinte [a ter ganho a medalha] queria voltar a competir, estava super-entusiasmada. Mas, depois foi uma onda muito grande de emoções ao longo destes meses. Desde querer treinar a não querer saber. Foi complicado…
E porque era importante regressar agora e não prolongar as férias? «Primeiro, porque se não voltasse nesta oportunidade só o poderia fazer em fevereiro, no Grand Slam de Paris. Seriam mais de dois meses. E depois, porque gosto muito de competir. A competição é o meu combustível para treinar todos os dias e querer melhorar com vista a ganhar. É essa a motivação diária. Sou uma pessoa que gosta realmente da parte competitiva», justifica.
«Antes dos Jogos, dizia que só voltaria a fazer judo em 2025, mas na semana seguinte já estava a ir a estágios. Aliás, no dia seguinte [a ter ganho a medalha] queria voltar a competir, estava super-entusiasmada. Mas, depois foi uma onda muito grande de emoções ao longo destes meses. Desde querer treinar a não querer saber. Foi complicado…», revela. «Por isso decidi ir a uma prova e marcar o regresso. Necessitava de ter algo palpável para começar a trabalhar».
Tinha medo que os Jogos tivessem sido um evento único. Percebo agora que foi uma postura de atleta que tenho vindo a criar e a trabalhar e não a tive apenas no dia dos Jogos. Irá manter-se.
Mas na carreira já viveu muitos regressos: de medalhas importantes, como a do Europeu, de graves lesões em que teve de superar muita coisa, operações e paragens prolongadas… Este, depois de uma medalha olímpica, foi diferente? «Foi muito mais feliz», responde de imediato, rindo-se. «Os outros foram por causa de lesão. Este, após as férias e uma conquista muito grande, foi mais feliz».
8 dezembro 2024, 10:15
Judoca portuguesa, medalha de bronze em Paris 2024, venceu a japonesa Shori Hamada por ippon
«Foi diferente porque não sabia como é que iria reagir, como iria estar. Tinha medo que os Jogos tivessem sido um evento único. Percebo agora que foi uma postura de atleta que tenho vindo a criar e a trabalhar e não a tive apenas no dia dos Jogos. Irá manter-se», garante.
Mas, tendo conquistado a medalha no maior palco do mundo, encontrava-se expectante como me ia apresentar aqui», procura explicar. «É uma questão de atitude que não mudou. Na semana passada tive o Nacional e a atitude foi igual à de lutar nos Jogos.
Mas, com o palmarés que tem, porque é que tinha esse medo sendo alguém habituada a subir ao pódio? Salvo erro, no ano anterior ao Jogos só não o fez duas vezes em oito provas do Circuito. Porque iria perder essas capacidades? «Não achava que ia ser diferente. Na verdade não achava nada. Estava curiosa porque depois de ganhar algo tão grande não sabia como seria agora estar a ver as coisas — entre muitas aspas — mais pequenas».
7 dezembro 2024, 12:24
Judoca portuguesa, 12.ª ranking mundial, perdeu por 'ippon' com uma japonesa quando lutava pela medalha de bronze. Patrícia Sampaio e Bárbara Timo competem na próxima madrugada
«Na verdade, nada disso é pequeno. Mas, tendo conquistado a medalha no maior palco do mundo, encontrava-se expectante como me ia apresentar aqui», procura explicar. «É uma questão de atitude que não mudou. Na semana passada tive o Nacional e a atitude foi igual à de lutar nos Jogos. Percebi que foi uma atitude que consegui construir para levar adiante», diz.
Quer dizer que a ambição continua lá? Sabe sempre a pouco? «Sim, ainda não foi o ouro. E mesmo que fosse… não sou perfeita por natureza», concluiu.
6 dezembro 2024, 22:40
A equipa nacional, ainda que só com três judocas e todas no sector feminino, está de regresso ao Circuito Mundial após os Jogos de Paris 2024 para participar no Grand Slam de Tóquio, última etapa da temporada,