Morte de 12 (!) cavalos antes, durante e após Kentucky Derby: investigação em curso

Hipismo Morte de 12 (!) cavalos antes, durante e após Kentucky Derby: investigação em curso

MAIS DESPORTO30.05.202316:35

Os organizadores da mais lendária corrida de cavalos dos EUA e uma das mais icónicas do Mundo, o Kentucky Derby - que se corre anualmente há 148 anos (desde 1875) na pista de Churchill Downs (perto de Louisville) – e veterinários vão reunir-se esta terça-feira, numa «reunião de emergência» para perceber o que chocou o Mundo: a morte de um total de… 12 (!) equídeos na edição do corrente ano da prova num espaço de dois meses entre o antes, o durante e o pós-prova, desde que a 30 de março a pista foi aberta para treinos, passando pela prova, no dia 6 do corrente mês, e até este dia 30.

A Autoridade para a Segurança e Integridade Veterinária, HISA (Horseracing Integrity and Safety Authority, em inglês), em comunicado emitido na segunda-feira, dia 29, afirmou-se «muito preocupada com o número anormal» de cavalos mortos por causa, antes, durante e após a prova e anunciou «uma cimeira veterinária de emergência» para esta terça-feira, com os representantes do circuito e a Comissão de Corridas estatal do Kentucky, a Kentucky Horse Racing Commission (KHRC), para analisar toda a informação disponível relativamente ao número anormalmente elevado de cavalos que morreram, direta ou indiretamente ligados à edição do corrente ano.

As duas mais recentes mortes de cavalos na sequência do Kentucky Derby sucederam sábado, dia 28, já mais de três semanas após 150 mil fãs terem, como sempre, esgotado o recinto para assistir aos ‘Dois minutos mais rápidos na história do desporto’, o ‘slogan’ da corrida, imortalizada no filme ‘Secretariat’ da Walt Disney, com Tobey Maguire como protagonista no papel de ‘jockey’, que recorda o feito e a vitória do lendário cavalo com recorde da pista em 1973 (1m59,40s).

O vencedor da edição do corrente ano foi, pela primeira vez, o venezuelano Javier Castellano, montando ‘Mage’, treinado por Gustavo Delgado: ganhou 1,8 milhões de dólares (€1,5 M9 dos três milhões de dólares totais distribuídos na prova.

Sábado, mais dois cavalos acabaram por ter de ser abatidos (eutanásia), na sequência de lesões sofridas durante a corrida, tendo sido mortos por eutanásia. Daí a reunião, que decorrerá esta terça-feira na sede da HISA, em Lexington, no Kentucky.

A HISA anunciou ainda «uma investigação rigorosa e independente a cada uma das mortes» e enviou ‘experts’ à pista, para analisar o traçado, piso, obstáculos «além de providenciar aconselhamento veterinário», avança a CNN Internacional. «Prometemos continuar a monitorizar a situação de perto e avaliaremos quais os próximos passos apropriados a dar», acrescenta a nota do organismo.

O Chief Executive Officer (CEO) de Churchill Downs, Bill Carstanjen, foi claro. «Respeitamos a autoridade da HISA e a investigação em curso. Temos trabalhado em parceria com as regras implementadas nas últimas semanas e saudamos os progressos e passos que pretendem dar», afirmou o responsável, em nota emitida colocando-se à disposição das autoridades nas investigações.  

«Todos queremos o melhor para os cavalos e participantes na prova, e cooperaremos com todas as medidas de segurança a implementar para aumentar a segurança e restaurar a confiança de adeptos e público», acrescentou Carstanjen, no comunicado.

O vencedor da edição do corrente ano foi, pela primeira vez, o venezuelano Javier Castellano, montando ‘Mage’, treinado por Gustavo Delgado: ganhou 1,8 milhões de dólares (€1,5 M9 dos três milhões de dólares totais distribuídos na prova. Mas o surreal número de óbitos de equídeos ofusca e secundariza o plano desportivo: com tamanha perplexidade e incredulidade instaladas, o vencedor nem é notícia, ou, quanto muito, fica reduzido a esta simples e mera nota de rodapé.