O Benfica vai ter saudades deles

A pertinência do comentário de Rui Costa e o que ninguém precisa de graduação para observar

Rui Costa foi pertinente quando, numa entrevista recente, lembrou que antes lhe perguntavam a razão de ter renovado com Di María e agora já o questionam se não seria altura de tentar segurar por mais uma época o extremo argentino de 36 anos, que termina contrato no próximo verão.

O presidente do Benfica, num comentário apimentado com algum sarcasmo, resumiu como tudo muda tanto e tão rapidamente no futebol; como é preciso ser racional na análise do momento, ver a floresta além da árvore.

Mas há coisas que sustentam o futebol jogado e que quem o gere tem obrigação de perceber. Uma delas, a mais importante, embora não viva sozinha, é a qualidade dos jogadores. O que no caso de Di María ninguém precisa de graduação para observar. A dele e a do compatriota Otamendi, também com 36 anos, capitão da equipa dos encarnados e que igualmente termina a ligação com o clube no verão. Di María é nesta altura o melhor marcador do Benfica, com 11 golos; nesta e na anterior passagem pelas águias, de 2007 a 2010, soma em conjunto 194 jogos, 43 golos marcados e 43 assistências. Otamendi, desde 2020/21, tem 198 jogos, 197 como titular!

Otamendi e Di María, central e extremo do Benfica (foto: Miguel Nunes)

Os números são absolutamente extraordinários e o nível altíssimo do rendimento deles também. Campeões do mundo, com currículo rico mas espírito estagiário é raro, é difícil encontrar e mais ainda reunir ao mesmo tempo num mesmo plantel. Por isso deve o Benfica sentir-se orgulhoso. Porque o Benfica tem de conseguir ter jogadores destes, com este perfil ou a promete-lo se quiser elevar o nível.