Rui Costa critica Luís Mendes: «É triste que desapareça. Justifica-se sem pés nem cabeça»

Rui Costa critica Luís Mendes: «É triste que desapareça. Justifica-se sem pés nem cabeça»

NACIONAL00:20

Jaime Antunes, vice-presidente e administrador da SAD, pediu a palavra para prestar alguns esclarecimentos. Mas foi muito assobiado e ouviu mesmo alguns gritos a pedir para que apresente a demissão.

Algumas das declarações:

«O Benfica aumentou as suas equipas. Não tínhamos andebol feminino e voleibol feminino. Agora temos. A não ser que queiram começar a cortar equipas, nós começamos a cortar equipas. Sabem quanto o Benfica investe no projeto olímpico? Façam uma proposta para que o Benfica sustente o projeto olímpico. O Benfica nunca esteve no risco de fair-play financeiro. O Benfica nunca precisou de um perdão bancário de €100 M para pagar aos fornecedores. O Benfica não tem uma lavandaria. No ano do Covid, o Benfica tinha custos diretos com as modalidades de €10 M passamos para €14 M. Nesse ano ganhámos 9 títulos. No último ano ganhámos 23. Aumentámos €4 M nos custos e aumentamos o número de títulos. O Benfica está comprometido em apostar no êxito desportivo. Podem estar descansados. Com esta direção»

Alguns destaques da intervenção de João Noronha Lopes:

«Vejam o fervor clubístico dos sócios mais antigos quando sobem a este púlpito. Assistam ao entusiasmo de uma nova geração de benfiquistas, juntem-se aos muitos benfiquistas de fora de Lisboa que fazem centenas de quilómetros para aqui estar, mas nunca digam que nós não representamos o Sport Lisboa e Benfica (aplausos). Quero agradecer ao senhor presidente da Mesa da AG pelo modo sereno como conduziu a segunda parte dos trabalhos. Agora é crucial retirar as ilações do que correu mal e concluir com celeridade o processo de estatutos»

«Senhor presidente da Direção, na última AG do clube dirigi-me a si para o elogiar. Hoje serei crítico face a algumas das suas decisões. É assim em democracia. Quanto ao Relatório e Contas sejamos claros, mais do que a alegria do que ganhar o próximo jogo, hoje preocupa-nos que futuro espera o Benfica em resultado de uma gestão pouco rigorosa. A palavra que melhor define este relatório é descontrolo, que não é de hoje»

«As contas do clube isoladamente representam pela primeira vez em 14 anos um resultado operacional negativo. […] Não há contas certas quando não se controla aquilo que se gasta. No início do seu mandato prometeu aos sócios uma gestão financeira equilibrada. […] Não será o passado a tornar o Benfica cada vez maior, precisamos de visão e estratégia para o futuro. […] Hoje há um vazio provocado pela ausência de liderança no Benfica»

«O Benfica tem de ser o líder e nunca um seguidor. Aos recados do presidente da Liga sobre os direitos televisivos devemos responder sem hesitações: o Benfica não aceita paternalismos de ninguém (aplausos). E devemos ocupar o espaço no futebol português à medida da nossa grandeza e contribuição para a indústria do futebol. Nunca saindo enfraquecidos de qualquer negociação futura porque, não podemos ser rápidos a desmentir notícias de jornais e ficar calados quando o momento exige uma resposta»

«O nosso clube constrói-se também com uma liderança forte, com uma visão clara, com uma estratégia a longo prazo e com as melhores pessoas do nosso lado. É isso que nós, benfiquistas, esperamos. Todos queremos muito ganhar e daqui para a frente estaremos todos com Bruno Lage e com a equipa até ao Marquês, sempre tendo presentes as palavras de Cosme Damião: ‘Não somos benfiquistas de coração porque esse um dia para, somos benfiquistas de alma porque essa é eterna’»

Jaime Antunes pede a palavra para esclarecimento.

«Não há contas certas quando não se controla o que se gasta», diz Noronha Lopes.

«Rui Costa prometeu contas certas e não cumpriu»

«Visão de futuro. Daqui a 5 ou 10 anos? Queremos saber»

«Vazio de liderança sobre questões fundamentais do futebol português, direitos televisivos»

«Ser implacável contra o presidente da Liga» (ovação)

Noronha Lopes diz-se contra o silêncio da Direção nesses assuntos.

Noronha Lopes aponta para uma «gestão pouco rigorosa« e «descontrolo».

Discursa João Noronha Lopes. Ovação da noite para o ex-candidato à presidência do Benfica.

Κείμενο περιγραφής

Insiste-se em saber junto da Mesa da Assembleia Geral em que ponto está o processo disciplinar a Luís Filipe Vieira.

Pedidos de esclarecimento à Direção de como irá inverter os resultados negativos apresentados.

Momento de manifestação de desagrado quase geral contra Nuno Costa, chefe de gabinete da presidência. Defendem os sócios que ele deveria estar sentado onde estão os outros sócios comuns e não onde está, à retaguarda dos elementos da Direção.

«O Benfica não pode ter medo do Benfica» - discurso de Mauro Xavier

Caras e caros Benfiquistas

Quero hoje deixar-vos duas notas. A primeira, sobre o nosso relatório de gestão e as contas do exercício de 2023/24. Começo por saudar o aumento do número de sócios — 10%, ultrapassando a barreira dos 300 mil — e a existência de quase 80 mil sócios menores de 18 anos, uma verdadeira fonte de esperança para um futuro cheio de Mística.

Saúdo também o aumento da média de espectadores nas modalidades, 22% no masculino e 7% no feminino, alcançado através de uma boa medida desta direção: a abertura dos pavilhões a todos os sócios.

E, finalmente, felicito o crescimento sustentado do nosso projeto olímpico.

Mas temos também de refletir sobre um facto que não pode ser ignorado: pela primeira vez em 14 anos, o Benfica apresenta resultados financeiros negativos.

Sim, caros consócios, este facto deve ser visto como um alerta. Um alerta para que reforcemos o rigor. É essencial que sejam divulgados relatórios trimestrais da execução orçamental e que seja assegurada mais transparência, com a urgente divulgação dos centros de custos das modalidades, para evitar o que, infelizmente, aconteceu: o descontrolo na execução.

O total do orçamento das nossas modalidades tem de estar limitado ao valor das receitas das quotizações, mais as receitas que as próprias modalidades consigam gerar. Nas modalidades, tal como no futebol, o que traz títulos é uma gestão sólida, inspirada numa estratégia clara.

Apesar do maior investimento de sempre, os resultados estão muito aquém do esperado. Todos podemos errar, mas temos a responsabilidade de corrigir e emendar — e não de insistir no erro, esperando um resultado diferente. Ficou provado, mais uma vez, que mais dinheiro, por si só, não significa mais títulos. O Benfica precisa de melhor gestão.

A segunda nota é sobre o que nos falta para vencer: a união entre todos.

Dizem que o silêncio é de ouro. E sim, quando bem usado, pode ser uma poderosa ferramenta estratégica. Mas, por vezes, o silêncio pode ser mal interpretado. Pode parecer consentimento ou, pior ainda, passividade.

O Benfica tem estado sob ataque, dentro e fora de campo, e a resposta não pode ser o silêncio.

Face a arbitragens duvidosas, tanto nos nossos jogos como nos dos rivais? Silêncio.

Para defender os nossos atletas e equipa técnica face a ataques? Silêncio.

Perante questões fundamentais para o futuro do clube, será que o silêncio é realmente a resposta?

Não, caros Benfiquistas, o silêncio não contribui para a nossa união. Em defesa do nosso Benfica, precisamos de uma presença mais forte. Precisamos de mais amor à camisola. Nas palavras imortalizadas por Borges Coutinho, "O Benfica não pode ter medo do Benfica."

O meu primeiro apelo é, pois, que esta direção saia do silêncio e que dê o exemplo, promovendo a união de todos os Benfiquistas através da sua defesa intransigente.

O segundo apelo dirige-se àqueles que aspiram a ser alternativa: recomendo que saibam quando o silêncio também é importante e que ponham fim ao ruído. Tudo tem o seu tempo.

Caros consócios, o caminho para a vitória não se faz com divisões. Com melhor gestão, menos silêncios e menos ruído, podemos alcançar os títulos que todos ambicionamos.

Viva o Sport Lisboa e Benfica!