Wilson Eduardo revela o que disse a João Mário quando o irmão assinou pelo Benfica

FUTEBOL04.11.202410:40

Wilson Eduardo, jogador do Alverca, é o convidado de A BOLA FORA

O nosso convidado desta A BOLA FORA é Wilson Eduardo, 34 anos, reforço da Alverca. O internacional angolano formou-se no Sporting e para além dos leões representou Real, de Massamá, Portimonense, Beira-Mar, Olhanense, Académica, SC Braga, Dínamo Zagreb Den Haag, SC Braga, Al Ain, Alanyaspor e Alverca.

A tua família está intrinsecamente ligada ao desporto, o teu irmão João Mário dispensa apresentações, tens o teu irmão que está ligado ao futsal, o que é que se fala de mesa no almoço de domingo?
Por vezes é de bola, mas nós também tentamos fugir muito desse assunto, digo agora, porque nós crescemos sempre no futebol, como é óbvio. Foi uma coisa que sempre fez parte da nossa vida, mas agora tentamos conversar de outras coisas, que não seja só o futebol, porque já é uma coisa que nós vivemos há tantos anos.

E há picardias entre vocês?
Não, nunca houve. Quando éramos miúdos, acabávamos sempre a ser competitivos. Eu sou mais velho, então queriam sempre ganhar ao mais velho. Seja irmão, seja o que for, tento sempre ganhar. Tínhamos essa parte competitiva entre nós, mas nunca foi uma coisa de extremos.

Custou o barulho que houve à volta da saída do teu irmão do Sporting [para o Benfica]?
Não posso dizer que me tenha custado. Foi uma situação chata, principalmente para ele e para a minha mãe, nós nem tanto porque estávamos fora. Foi a situação que foi. Ele sempre demonstrou que queria regressar ao Sporting, a verdade é que toda a gente soube disso. Acabou por não acontecer, surgiu a oportunidade do Benfica e ele também, juntamente com a família, decidiu que era o melhor. Antes de o fazer falou comigo, eu disse, “se é uma coisa que tu queres, nós estamos aqui a apoiar-te, não a cem, a mil por cento”. Foi uma coisa que não foi fácil, principalmente nos primeiros meses, mas que depois acaba por ser uma coisa natural.

Como é que vocês vivem as dores uns dos outros?
Nós falamos, se calhar não posso dizer todos os dias, mas todas as semanas falamos várias vezes para nos apoiar, para saber como é que todos estão, como é que estão as meninas, no caso do João. E tentamos sempre apoiar-nos, sempre foi assim. Crescemos sempre assim, apoiamo-nos sempre uns aos outros. Quando surgem momentos de vitória, de conquistas, nós somos os primeiros a vibrar e o Euro 2016 foi um dos casos. O campeonato que ele ganhou tanto no Sporting como no Benfica, também festejei da mesma maneira. Porque lá está, apesar de gostar do clube A, B ou C, é o meu irmão. É uma questão de como crescemos. Foi uma coisa que crescemos assim e sempre irá ser.

Não te sentes à vontade para apoiá-lo publicamente ou ir a um estádio do rival porque jogas noutro clube e se calhar estás sujeito a um falatório?
Não. Quando estava no Braga não era tão fácil ir ao estádio ver os jogos. Mas se ele fizesse golo ou algo do género... Hoje em dia critica-se muito nas redes sociais por se estar a jogar no clube A e estar neste caso a publicar uma coisa do clube B. Mas as pessoas têm de entender que às vezes não é apoiar o clube, é apoiar a pessoa, um grande amigo, um familiar, um irmão. Quando estava no Braga não ia tanto aos estádios, mas agora quando estive fora sempre tinha oportunidade de ir ao estádio ver os jogos sem problema algum.