Vizela suou em Alcântara, mas seguiu em frente na Taça com justiça

Cabeceamento de Essende garantiu o triunfo aos minhotos, que ultrapassaram um Atlético lutador e garantiram a presença na próxima eliminatória da Taça de Portugal

A entrada em prova do Vizela na presente edição da Taça de Portugal fez-se num palco com muita história na competição: o Estádio da Tapadinha, casa do Atlético, detentor de invejável currículo no futebol nacional que fez questão de defender na receção a um adversário de primeiro escalão que necessitou de suar e apelar à qualidade dos seus intervenientes para confirmar o favoritismo e garantir a passagem à eliminatória seguinte graças a um cabeceamento certeiro de Essende.

As duas equipas dispensaram apresentações: o Vizela assumiu a responsabilidade inerente ao seu estatuto de primodivisionário e controlou, desde cedo, a posse da bola… e o Atlético, de forma matreira e inteligente, aceitou rapidamente a posição de underdog, preferindo recuar linhas e controlar o espaço, o que foi atenuando os efeitos do domínio vizelense.

Com efeito, as situações de finalização resumiram-se a um desvio de Essende com o calcanhar, ao lado e ainda dentro dos primeiros 25 minutos, e a partir daí o Vizela apenas conseguiu visar a baliza alcantarense com situações de meia distância sempre controladas pelo guardião Nélson Pinhão.

O Atlético mostrava-se confortável a defender e saía com menor frequência, mas ainda assim com critério, e prolongava o nulo com o passar dos minutos sem necessitar de defender com sofreguidão ou com a necessidade de se acantonar na sua área, o que ajudou a equilibrar os pratos da balança no decorrer do segundo tempo.

Quando a partida já se aproximava do último quarto de hora, o Vizela mexeu com o encontro a partir do banco de suplentes, fazendo entrar Busnic e Alex Mendez, e aí puxou dos galões, com este último a ter influência imediata no encontro e a rematar ao travessão menos de um minuto após a sua entrada, aos 75, e na recarga Essende surgiu a cabecear na pequena área, mas..novamente na trave.

A mexida certeira e o duplo disparo ao travessão acenderam a presença do Vizela sobre o último reduto contrário. O golo parecia iminente e confirmou-se logo depois, aos 77 minutos, num lance em que Samu recuperou a bola junto à linha de fundo e endossou-a em Alex Mendez, que cruzou pela esquerda com conta, peso e medida para a impulsão de Essende, que não desperdiçou a oportunidade para adiantar os minhotos na eliminatória com um cabeceamento certeiro.

O Vizela alcançava uma preciosa vantagem, mas o Atlético não desistiu de lutar, tendo estado próximo de forçar o prolongamento com um excelente remate de meia distância de Tomás Martins que encontrou oposição à altura de Buntic, que defendeu para canto e segurou a passagem à próxima fase para a sua equipa, pesem os esforços dos lisboetas num derradeiro esforço nos instantes finais no sentido de evitar a derrota e consequente saída de prova.