Vítor Campelos: «Quando tapamos um lado da cama, destapamos o outro...»
Vítor Campelos, treinador do Gil Vicente. Foto: Miguel Nunes/ASF

Vítor Campelos: «Quando tapamos um lado da cama, destapamos o outro...»

NACIONAL04.02.202420:34

Treinador do Gil Vicente é da opinião que a sua equipa fez uma boa exibição, rejeitando a ideia de que poderia ter jogado com as linhas mais baixas no terreno

Após a derrota da sua equipa por 0-3, Vítor Campelos considerou, na conferência de imprensa, que o Gil Vicente deixou uma boa imagem, não se tendo remetido à defesa, reiterando que o Benfica foi muito feliz no capítulo da eficácia. O técnico do Gil Vicente deixou ainda um reparo à arbitragem relativamente ao primeiro golo do Benfica, revelando que tem dúvidas sobre um possível bloqueio a Rúben.

— Disse na antevisão que era preciso um Gil com coragem para ter bola e fazer frente ao Benfica. O que sente que faltou para levar outro resultado?

— É verdade que disse isso e acho que o demonstrámos durante o jogo, fomos uma equipa personalizada, que pressionou alto, tivemos posse de bola com qualidade, teríamos de ter sido mais decisivos no último terço, até lá chegámos com relativa facilidade, mas depois embrulhámos muito a bola, devíamos ter procurado mais cruzamentos e remates. Acabámos por sofrer dois golos num momento em que somos fortes, bolas paradas. Parece-me que há um bloqueio ao Rúben no primeiro lance, mas, como disse, não podíamos ter sofrido esses golos de bola parada somos fortes nesse momento do jogo. 

Estatisticamente, o Benfica ainda mandou uma bola ao poste, foi de extrema eficácia. Ao intervalo falámos sobre isso, tínhamos de circular a bola, procurar os interiores para poder atacar e chegar com perigo ao último terço, teríamos de ser mais acutilantes no último terço, rematar mais, fazer cruzamentos para ter situações de perigo. Melhorámos o número de remates à baliza na segunda parte, mas o golo ao início da segunda parte complicou as coisas. Deixámos uma imagem de uma equipa que sabe o que quer e o que faz, deixámos uma boa imagem. Temos de melhorar onde estivemos menos bem, mas creio que estamos no bom caminho e melhores resultados vão continuar a aparecer.

— Falou das bolas paradas e da eficácia do Benfica, faltou concentração ao Gil Vicente? Foi surpreendido com a titularidade de Alexander Bah, e isso teve influência?

— Sim, são momentos do jogo em que, quando os lances acontecem, dizemos sempre que houve falta de concentração, porque para haver golos tem de haver erros, e com certeza houve erros que teremos oportunidade para analisar e depois melhorar. Sim, surpreendeu. Mas sabemos que, independentemente de quem jogue, os jogadores do Benfica têm sempre grande qualidade. Foi uma surpresa, mas em termos estratégicos não mudou nada do que tínhamos reparado para o jogo.

— O que faltou para pressionar de forma mais incisiva? Pensou em baixar as linhas para se resguardar e dificultar a saída do Benfica?

— Queremos manter a nossa identidade, independentemente de quem seja o adversário, manter a ideia de jogo. Não faz sentido descaraterizar o que é a nossa equipa dependendo do adversário. Na cama, quando tapamos um lado, destapamos o outo. O Benfica não teve um número elevado de remates à baliza. São opções, tenho a certeza que se tivesse chegado e estacionado o autocarro e perdido o jogo, os jogadores não iam acreditar na nossa ideia de jogo. Eles acreditam no que fazemos, nos colegas e este é o caminho que nos vai levar às vitórias.

— Vimos Félix a jogar isolado no último jogo e hoje, o futuro do jogador passa por aí? A adição de Afonso ao plantel tem influência?

— Antes do Afonso chegar o Félix já jogava nessa posição, nas camadas jovens chegou a jogar a avançado. É um jogador versátil, pode jogar a avançado ou na ala. Em conformidade com o que for melhor para a equipa, será a posição que jogará. Estou muito satisfeito com ele e a disponibilidade que ele tem para o jogo.