'Tweet' com fotomontagem de Benzema e jihadistas vale processo a ativista de extrema-direita

França 'Tweet' com fotomontagem de Benzema e jihadistas vale processo a ativista de extrema-direita

INTERNACIONAL20.06.202320:54

O Ministério Público de Lyon (França) defendeu esta terça-feira no tribunal da cidade multa de € 10 mil a Damien Rieu, ativista de extrema-direita do país, por alegada difamação ao ‘Bola de Ouro’ de 2022, o avançado internacional francês Karim Benzema, agora com 35 anos e no Al Ittihad (Arábia Saudita), consubstanciada em duas publicações na página do arguido na rede social Twitter em 2022 aludindo ao jogador e ao terrorismo, através de fotomontagem do jogador com jihadistas islâmicos.

Uma sugestão de associação que levou o próprio futebolista a apresentar queixa, processo cuja leitura do acórdão ficou agendada para 19 de setembro do corrente ano.

Damien Lefèvre, mais conhecido pelo pseudónimo de Damien Rieu, é um antigo membro da Frente Nacional e atual ativista do Partido Reconquista, liderado por Eric Zemmour. Há três anos, publicou uma foto do avançado ao lado de combatentes islamitas com a nota «Acho que Benzema quer passar-nos uma mensagem» num ‘tweet’.

«Não é apenas difamatório: é abjeto e grotesco», defendeu Alain Grellet, pelo Ministério Público. Segundo alegou na audiência deste dia, a publicação «constitui um insulto aos que lutam contra o terrorismo islâmico e aos que dele sofreram na carne», lê-se no L’Équipe.

«Temos o direito de zombar de Karim Benzema [...], mas não de associá-lo a um terrorista», replicou Sylvain Cormier, advogado do jogador. Pierre-Vincent Lambert, advogado de defesa, justificou-se com o argumento de que «o cerne desta questão são as ambiguidades do Senhor Benzema, que dá ‘likes’ [gostos] a certas publicações que glorificam o terrorismo», sustentou na barra do tribunal de Lyon.

«Justaposição de fotos que criticaram legitimamente o jogador de forma irônica e sarcástica. Sou um denunciante de questões islâmicas», disse Damien Lefèvre ao tribunal, ao qual se definiu como «um comunicador».

«Quando se é uma estrela mediática, tem-se responsabilidades. E ele [Benzema] enviou sinais ambíguos muito sérios. Era o Senhor Benzema que deveria estar no meu lugar [a ser julgado], neste dia», acusou o arguido, que enfim rompeu o silêncio a que se votara durante a prévia investigação judicial.

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