Sporting-Benfica, 1-1 (6-7, gp) Tudo tão equilibradinho só podia ser desequilibrado dos 11 metros

NACIONAL11.01.202523:13

Trubin defendeu penálti de Trincão e o troféu foi para o Museu da Luz após 90 minutos repletos de emoção

Mais de duas horas e um quarto para ficar decidido aquilo a que se convencionou chamar de ‘campeão de inverno’, mas que não é mais do que, apenas e só, o vencedor da Taça da Liga. Noventa minutinhos recheados de emoção e para finalizar, espécie de cerejinha em cima de apetitoso bolo, nada menos de 14 remates da marca dos 11 metros para se definir que seria o Benfica a ficar na posse do troféu. Falhou Trincão, não falhou Trubin e o troféu vai para o Museu da Luz.

Muitos minutos depois de ter falhado o 14.º penálti ainda Trincão era acarinhado pelos companheiros, sobretudo por Israel. Calma, Francisco, não é o fim do Mundo. Do outro lado, junto aos adeptos do Benfica, Trubin mantinha-se calmo e sereno, mostrando personalidade quase inabalável. Menos calma, Anatoliy, não é ser campeão do Mundo, mas é um troféu, meu caro.

Parece, assim, que o jogo foi entre Trubin e Trincão. Não foi. Foram os dois t’s que resolveram a final da Taça da Liga, mas o jogo teve muito mais. Teve 45 minutos iniciais verdadeiramente eletrizantes, como se todos os jogadores, sobretudo os do Benfica, tivessem entrado em campo depois de algumas horas a carregar energias como fazem os veículos híbridos durante a noite.

O Benfica tinha menos 24 horas de descanso, sim, mas não se percebeu. Pelo menos até ao intervalo. Grandíssima pressão aos médios e alas do Sporting portadores da bola, com Florentino, Kokçu e Aursnes a ofuscarem um setor adversário que, sem Morita, perdia muito do seu equilíbrio. Di María teve remate dimariano da mesma zona em que, na quarta-feira, marcara ao SC Braga, mas sem foi defendido com segurança por Israel.

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Foi uma espécie de chapada na cara do leão. Que terá pensado que tinha de fazer mais qualquer coisa para evitar tanto sufoco. E fez. Sacudiu a pressão das costas e partiu para cima do adversário de uma forma diferente. Enquanto o Benfica atacava forte, mas de forma pensada e organizada, o Sporting fazia-o à custa de maior intensidade, coração e alma e através da lucidez de Hjulmand, do talento de Quenda e da agressividade de Maxi Araújo. Remates muito perigosos de Gyokeres, Maxi Araújo e Quenda tiveram o mesmo sucesso do de Di María e assim, num jogo quase de ténis, com ataque para cá, ataque para lá, ataque para cá, ataque para lá, as balizas continuavam imaculadas.

Até que, inesperadamente, a bola chegou ao pé esquerdo de Di María. Sentiu-se que dali podia nascer perigo, como tantas vezes nasce quando o argentino pena na bola. Mas Angelito não fez o que costuma fazer. Estava no meio-campo e não fazia qualquer sentido lançar a bola para a cabeça, por exemplo, de Pavlidis. Nem sequer tentar o remate de longe. O argentino preferiu naquele instante ligar uma espécie de máquina de costura e começou a dar pequenos toques atrás de pequenos toques, espécie de imitação do genial Messi. Depois, quando achou que já chegava de toques, abriu na esquerda para Schjelderup. O homem cujo nome tem tantas consoantes encavalitadas umas nas outras, pegou na bola, dançou levemente em frente a Quaresma e fez golo.

Era um golo justo. Tal como justo foi, quase a fechar o primeiro tempo, o golo de Gyokeres, de penálti, é certo, após falta de Florentino sobre Maxi Araújo. Os mísseis do sueco são quase sempre indefensáveis e o remate do empate voltou a sê-lo. O intervalo chegava com a justa igualdade, após 45 minutos empolgantes e eletrizantes.

O segundo tempo foi diferente. Se o primeiro teve dedo de jogadores, o segundo teve dedo de treinadores. A começar por Bruno Lage, que decidiu logo trocar Schjelderup por Akturkoglu, outro nome recheadinho de consoantes. O jogo baixou duas velocidade e foi então tempo para, pelo meio de remates perigosos de Di María, Kokçu e Pavlidis, o Sporting pegar na bola. Pegou, sim, mas nunca a colocou perto de Trubin. E assim, suavemente, entre trocas e trocas de jogadores por questões meramente táticas, o segundo se esfumou. Sem a espetacularidade do primeiro. Depois, ao 14.º penálti, Trubin defendeu o remate de Trincão. Coisa de t’s. Calma, Francisco, não é o fim do Mundo; menos calma, Anatoliy, é um troféu, caramba!

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