SC Braga-FC Porto, 0-1 «Tenho de seguir em frente, principalmente pelo meu filho que já não está cá»
Rui Duarte, treinador do SC Braga, fez um balanço da sua experiência no comando técnico e demonstrou muita vontade de «seguir em frente»
Declarações de Rui Duarte, treinador do SC Braga, após a derrota (0-1) na receção ao FC Porto, no encontro que fechou a Liga 2023/24
Jogo muito renhido, até ao último minuto... O que fica deste jogo?
«Não podemos apontar nada aos jogadores, fizeram um esforço tremendo, tenho muito orgulho nos jogadores que tenho pela forma como se entregaram ao jogo. O jogo ficou comprometido logo no início. 12 minutos e uma expulsão injustificada, vejam o segundo cartão amarelo, é ridículo, uma expulsão que não se justifica. Tivemos de adaptar-nos para nos mantermos vivos no jogo e segurarmos o resultado. Sabíamos que não íamos ter tantas oportunidades de criar, mas que uma ou outra poderia surgir no decorrer do jogo com a nossa organização: o Horta teve uma oportunidade muito perigosa aos 55 minutos. Depois, numa bola parada, já perto do fim, quando o jogo estava 0-0. Obviamente, o FC Porto criou mais oportunidades do que nós. O Matheus fez três ou quatro defesas que nos mantiveram no jogo, mas não posso apontar nada de negativo aos jogadores. Orgulho neles pelo esforço. Ficou demonstrado que lutamos pela vitória. Fizemos tudo, e a nossa equipa deixou uma boa imagem.»
Foi obrigado a repensar a tática da sua equipa após a expulsão de Victor Gómez...
«O Ricardo Horta fez um esforço tremendo, como todos. Revela o caráter destes jogadores. O jogo merecia outro desfecho, outra forma de estar e de conduzir este jogo, que podia ser bastante agradável. onze para onze, teríamos uma resposta muito firme da nossa equipa.»
Frustração por não terminar no terceiro lugar?
«Há frustração, principalmente pela forma como decorreu. Conseguimos manter toda a gente focada até ao fim para lutar pelo objetivo, mas fica um sentimento de frustração, mas também de orgulho pelo que fizeram. Hoje não dava para mais, devido às incidências que ocorreram. Pelo onze inicial, tínhamos uma abordagem audaz e corajosa ao jogo, sendo pró-ativos na busca pela vitória. Contudo, a expulsão contra uma grande equipa retirou-nos um pouco do jogo, obrigando-nos a agarrar-nos à organização e a segurar o resultado, até introduzirmos o Álvaro Djaló e o Banza na tentativa de conseguir o golo que não apareceu. Foi incrível o espírito dos meus jogadores.»
O que leva desta experiência no comando técnico do SC Braga, tendo passado por momentos dificéis...
«Passei e continuo a passar por momentos difíceis, só eu e a minha família sabemos como nos aguentamos, mas nunca perdemos o rumo, focados em levar o objetivo do clube adiante, deixando de lado a minha tristeza e mágoa, de forma a abstrair-me do que me ia acontecendo. Foi difícil, mas tenho de seguir em frente, principalmente pelo meu filho que já não está cá, pois ele tinha uma alegria enorme pelo futebol. Desistir, nesta fase da minha vida... ele não se sentiria orgulhoso do pai. Temos força para continuar, de forma a podermos homenageá-lo todos os dias.»