«Temos de centrar-nos no que conseguimos fazer para elevar o futebol em Portugal»

Com a Supertaça feminina a realizar-se dentro de dois dias, em Aveiro, a treinadora do Benfica, Filipa Patão, concentrou-se no poderio da sua equipa, do adversário, o Sporting, e do futebol português em geral após o Mundial.

Na antevisão ao dérbi pela disputa de mais um troféu num momento de afirmação para o futebol feminino em Portugal, a treinadora encarnada não se mostrou preocupada com a elevada carga de jogos que a sua equipa tem.

«Depende sempre, primeiro, como olhamos para as coisas - se como soluções, se como problemas. Eu, pessoalmente, gosto de olhar para as coisas como soluções. Sabíamos de antemão que íamos ter muitos jogos», relativizou Filipa Patão.

A treinadora tricampeã nacional espera contribuir para um bom espectáculo de promoção para o futebol jogado por mulheres ao mais alto nível, cuja aceitação por parte do público continua a crescer.

No pós-Mundial, a responsável técnica da equipa feminina das águias espera que o panorama feminino português capitalize esse marco histórico e deixou o repto: «Temos de centrar-nos no que conseguimos fazer para elevar o futebol em Portugal», declarou.

«Tivemos agora o Mundial, em que as pessoas inclusivamente dizem que (ndr: o futebol feminino) é mais apelativo porque o tempo útil de jogo é maior, a forma como as mulheres abordam o jogo é diferente, é um futebol mais puro», defendeu Filipa Patão, uma das protagonistas da modalidade no país.

Ainda à margem do tema principal da manhã, a técnica das encarnadas apenas vislumbrou benefícios no seguimento do último Mundial, não só em Portugal como numa perspetiva global.

«Primeiro que tudo, o Mundial foi um sucesso a todos os níveis para todos os países, não só para Portugal mas também para todos os países que estiveram envolvidos e mesmo aqueles que não estiveram tiveram ganhos», concluiu.

A jogadora Andreia Faria considera que este boom no feminino se irá refletir em bancadas bem compostas no dérbi. «Queremos trazer mais pessoas aos estádios, até se calhar aquelas que não são tão assíduas nos estádios», perspetivou a médio.

«Acho que vão começar a aparecer mais pelo que é o nosso futebol e acima de tudo pela evolução que está a haver no pensamento das pessoas na sociedade acho que será isso», completou, esperançosa, a internacional lusa.