11 maio 2024, 20:23
Diogo Pinto: «Ainda não estou a acreditar... podem falar o que quiserem, somos campeões!»
O guarda-redes do Sporting de 19 anos foi titular este sábado frente ao Estoril, na 33.ª jornada da Liga
Diogo Pinto e Miguel Menino foram os últimos; cerca de um terço debutaram desde outubro de 2018, quando a administração de Frederico Varandas tomou posse; Rúben Amorim lançou duas dezenas na equipa principal
A 21 de junho de 2002 foi inaugurada a Academia de Alcochete, um projeto visionário, complexo desportivo de 250 mil metros quadrados, o primeiro desta envergadura em Portugal e, na altura, dos mais modernos da Europa, com a missão de formar jogadores tendo em vista a equipa principal.
Decorridos 22 anos pode dizer-se que o saldo é bastante positivo: já se estrearam na equipa A 73 jogadores da cantera leonina. O nome de Cristiano Ronaldo é o mais mediático, que até deu nome à Academia, embora tenha iniciado a sua formação de leão ao peito antes da infraestrutura de Alcochete.
Um terço destas estreias aconteceu na era Frederico Varandas, desde outubro de 2018, e duas dezenas pela mão de Rúben Amorim, sendo que as duas últimas aconteceram no passado sábado, frente ao Estoril: o guarda-redes Diogo Pinto foi titular e o médio Miguel Menino lançado aos 89 minutos, para o lugar de Pedro Gonçalves.
A BOLA falou com Luís Martins, que esteve no arranque do projeto e, inclusive, foi treinador dos juvenis, escalão onde orientou Cristiano Ronaldo, mais tarde assumiu o cargo de diretor técnico da formação, que recordou o início do ambicioso programa que, volvidas duas décadas, tem dado frutos: «Construímos o projeto com essa visão e missão, elaborámos um grupo de trabalho que se encarregou de construir, em paralelo do que era a Academia em termos físicos, digamos que o corpo teórico, o programa, os procedimentos, as melhores práticas possíveis à altura e deixámos esses procedimentos à evolução dos tempos.»
A minha avaliação do que é o atual trabalho da Academia está aquém daquilo para que foi criada e a missão ainda está longe de ser alcançada, julgo que estagnou nalguns parâmetros
A pergunta sobre se Cristiano Ronaldo já era um jogador diferenciado é incontornável e a resposta bastante clara: «Costumo dizer que só um cego é que não via [risos], com todo o respeito pelos invisuais. Era um jogador que desde sempre foi diferenciado, tínhamos outros, nessa altura, que achávamos que tinham tanto ou mais potencial do que o Cristiano, dentro dos vários escalões, mas depois veio ao de cima a mentalidade que só o Cristiano tinha, além do talento, o método de trabalho.»
Luís Martins considera que a missão tem sido de sucesso e realça a liderança de Amorim: «A base de saída foi muito natural, tendo em conta que o Sporting sempre apostou nos seus jovens, foi dos primeiros clubes nacionais a ter aproveitamento de jogadores da sua formação para a equipa profissional, algo que estava na sua matriz. Teve anos de hegemonia, houve uma época em que ganhámos todos os escalões a nível nacional e distrital. Amorim está há mais anos no Sporting, talvez só Paulo Bento tenha feito o mesmo, e essa liderança coerente ajuda na aposta que tem feito nos jovens.»
O treinador destaca ainda o encaixe financeiro que o Sporting já conseguiu, «com alguns jogadores até anónimos do público, que foram grande receita para o clube», mas considera que a Academia podia estar num patamar mais elevado.
«É um filão que não se esgota, mas a minha avaliação do que é o atual trabalho da Academia não tem de modo nenhum uma qualificação de excelente, está aquém daquilo para que foi criada e a missão ainda está longe de ser alcançada, julgo que estagnou nalguns parâmetros», finaliza.
11 maio 2024, 20:23
O guarda-redes do Sporting de 19 anos foi titular este sábado frente ao Estoril, na 33.ª jornada da Liga