Benfica Só Messi ganhou o que Di María ganhou
Caso a transferência de Ángel di María se concretize, como tudo parece indicar, será um dos mais celebrados regressos de um jogador de top mundial ao Benfica. Treze anos depois de ter saído para o Real Madrid a troco de 25 milhões de euros (mais 11 milhões de incentivos), o agora campeão do mundo vai voltar como um dos dois únicos futebolistas mundiais a vencer tudo ao nível de Seleções. O outro é… Lionel Messi.
Di María chegou ao Benfica em julho de 2007, vindo do Rosário Central da Argentina, com os encarnados a pagarem seis milhões de euros por 80 por cento do passe. O esquerdino chegava à Luz para, de algum modo, substituir Simão, que deixara o Benfica para ingressar no Atlético Madrid. Mais tarde, os encarnados investiram mais dois milhões de euros nos restantes 20 por cento do passe.
Di María esteve três anos no Benfica. Conheceu cinco treinadores (Fernando Santos, José Antonio Camacho, Fernando Chalana, Quique Flores e Jorge Jesus) e ganhou três provas (Liga 2009/2010 e Taças de Liga 2008/2009 e 2009/2010). Cruzou-se no balneário com Rui Costa, Maxi Pereira, Luisão, Léo, Petit, Cardozo, Katsouranis, Mantorras, Quim, Nuno Gomes, David Luiz, Reyes, Aimar, Fábio Coentrão, Javi Garcia, Ramires ou Saviola, por exemplo.
A seguir, entre 2010 e 2023, Di María passou de muito bom jogador para jogador de top mundial, passando por clubes da dimensão de Real Madrid (2010/2011 a 2013/2014), Manchester United (2014/2015), PSG (2015/2016 a 2021/2022) e Juventus (2022/2023). Trabalhou com José Mourinho, Carlo Ancelotti, Louis van Gaal, Laurent Blanc, Unai Emery, Thomas Tuchel, Mauricio Pochettino e Massimiliano Allegri.
Nestes 13 anos ganhou 24 (!) troféus por clubes: seis pelo Real Madrid (uma Liga, duas Taças do Rei, uma Supertaça de Espanha, uma Liga dos Campeões e uma Supertaça Europeia), 18 pelo PSG (cinco Ligas, cinco Taças de França, quatro Taças da Liga e quatro Supertaças de França). Só no Manchester United nada ganhou.
Entretanto, após ter sido campeão do Mundo pela Argentina em dezembro, Di María fez ‘all in one’ na sua Seleção: campeão olímpico (2008), campeão do Mundo de sub-20 (2007), Copa América (2021) e Finalíssima (2022; vencedor do Europeu x vencedor da Copa América), além, claro, do Mundial-2022. Só outro jogador venceu, igualmente, tudo a nível de Seleções: Lionel Messi. Ganhou o que Di María ganhou, trocando apenas o Mundial sub-20 de 2007 (onde não esteve) pelo de 2005.