Da ausência de Otamendi à inexistência de propostas por Aursnes e à prenda de Natal: tudo o que disse Bruno Lage
O Benfica joga com o Estoril, este domingo, na Luz, e Bruno Lage quer recuperar o segundo lugar da Liga.
Que género de jogo espera com o Estoril?
Espero um jogo muito competitivo. Estoril é uma equipa competitiva. Esperamos um sistema cinco defesas, mas agressivos, a procurar o ataque e a provocar o adversário. Acreditamos no que vamos fazendo. Continuamos no nosso objetivo de vencer o jogo porque são três pontos muito importantes. A equipa está motivada em fazer uma grande exibição e em oferecer uma boa prenda de Natal aos adeptos.
Como é feita da gestão, até da pressão, com a proximidade do jogo com o Sporting?
A pressão está sempre presente. Não temos de vencer para colocar pressão nos outros. Temos de vencer porque é o nosso objetivo, para no final estarmos em primeiro. O que mais queremos é fazer mais uma boa exibição, junto dos nossos adeptos, e sentir que eles vão ficando satisfeitos com a equipa.
Arthur Cabral está recuperado e disponível para jogar?
O Arthur só amanhã sabemos se está em condições de se juntar à equipa.
Para quando um futebol atrativo do Benfica?
A equipa tem realizado jogos muito bons. 80 por cento dos jogos da equipa, nos últimos três meses, têm sido de enorme qualidade. A criar muitas oportunidades e a marcar golos. A equipa tem uma média de três golos por jogo. Ainda há momentos do jogo que não controlamos como eu queria, mas temos três meses de trabalho. Estamos satisfeitos, mas queremos mais e ser mais consistentes.
Otamendi com a viagem, e toda a logística, perdeu a titularidade para António Silva?
É uma gestão tão lateral, mas não é nada que não se tenha feito nos três meses aqui. Já houve atletas com situações pontuais para resolver e tiveram dias para resolver essas questões. Passaram de dois dias de folga para três ou na manhã do treino ainda estão a viajar e a equipa técnica está cá à tarde para treinar com eles. Aqui não há estatutos, há situações para ponderar. Este assunto do Nico [Otamendi] foi público e gerimos da melhor maneira. Não tenho de premiar quem fica cá a trabalhar. Tenho é de amanhã, com a mesma situação, tratar todos de forma igual.
É importante esta gestão, com dispensas, para o jogador se sentir melhor?
Há situações às vezes de uma semana [folgas]. É natural e acontece em muitos clubes. O importante é perceber que houve um assunto e já havia uma decisão antes de eu chegar. Quando eu percebi a situação eu entendi-a e concordei. O que eu quero é que ele seja igual a ele próprio e que faça jogos como fez o último, com uma boa exibição e onde foi muito importante. Posso dizer que tivemos um jogador que após dois dias de folga pediu mais um dia de folga porque tinha um assunto familiar, que tinha de tratar, e quando regressou veio com energia e com exibições muito boas. Eu entendo a curiosidade, mas para nós é um não-assunto.
Com o FC Porto na liderança do campeonato e com o aproximar do dérbi, este pode ser um momento-chave?
O campeonato vai ser muito disputado até ao final. As equipas estão muito próximas umas das outras e as jornadas vão valer três pontos. Vai ser muito disputado e vai decidido no final. O importante é nós estarmos preparados a cada momento. Amanhã temos de estar preparados e de nada serve vencer amanhã se não vencermos o próximo. Nós trabalhamos muito e a minha ambição é a equipa apresentar um futebol atrativo, como com o FC Porto e o Atlético Madrid, que hoje são lideres.
O Otamendi já voltou? Treinou? E já agora será aposta para o jogo, uma vez que disse que os que ficam cá não têm de ser premiados?
O Nico deve estar a aterrar agora em Madrid. Nós estamos cá à espera dele para treinar. Quando eu disse premiar não disse em função de jogar ou não, disse em função de ter dias livres ou não, em função de uma situação particular. O que é importante é que neste momento foi o Nico, mas já tivemos três ou quatro situações pontuais, em que isso aconteceu. Também já houve uma situação, por exemplo, de um jogador que viu o quinto amarelo e nós entendemos que ele merecia mais um dia de folga, pelo trabalho que tem vindo a fazer. São situações para o bem-estar do homem e do atleta. Só isso. Se vai jogar ou não, não vou dizer porque ainda não divulguei a equipa aos jogadores.
A renovação de contratos que existiram recentemente deixam-no mais tranquilo?
Ficamos todos nós tranquilos, não com algum receio de que saia algum jogador em janeiro porque se isso acontecer nós estamos preparados para responder. Nós sentimos que o presidente e a direção estão a preparar o presente e o futuro do Benfica. Nós até renovámos com o Fredrik [Aursnes] e curiosamente nos últimos quatro meses nunca apareceu nenhuma proposta para o Fredrik. Apareceram para os outros todos e nunca apareceu com o Fredrik. Por isso temos sorte também nesse sentido de não aparecer propostas para o Fredrik.
Está a pensar em mexidas na frente de ataque?
Mais importante do que os golos também são as oportunidades que criamos. Já vivemos isto com Seferovic, com Vinicius e até com João Félix, que em três ou quatro jogos não marcou e depois fez um hat trick fantástico com o Eintracht. O importante é, no dia a dia e no trabalho, estarem sempre com uma confiança enorme e determinados em evoluir. Como diz o Ronaldo, isto às vezes é como o ketchup. Nós sentimos muita confiança nos nossos avançados. Pelo que vão produzindo. Há o outro lado e há jogadores que desistem. Que deixam de acreditar. Não é o caso. Pavlidis, Arthur e Zeki estão com determinação e confiança a querer evoluir para marcarem ainda mais golos. Se eles estão confiantes eu passo ainda mais confiança e o importante é olhar para o que a equipa vai produzindo a cada momento.