Sérgio Conceição sofreu, diante da Lazio, a terceira derrota seguida nos 'rossoneri'
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Sérgio Conceição e o Milan: «Foi e está a ser muito difícil»

INTERNACIONAL22.03.202517:13

Treinador queixa-se de falta de tempo para criar identidade num plantel que não escolheu

Sérgio Conceição esteve este sábado em Coimbra, no 2.º Congresso de Futebol da cidade, tendo falado no painel A Construção de uma Identidade de Jogo. Algo que, admitiu, ainda não foi possível fazer no Milan.

«Não sou pessoa de desculpas, sabia que ia encontrar dificuldades, sem ter escolhido o plantel, num contexto difícil, sem tempo para treinar. Tive nove jogos em 30 dias e as sessões de vídeo que fazemos não valem tanto como o campo. Foi e está a ser muito difícil», admitiu o ex-treinador do FC Porto, contratado no final de dezembro para substituir Paulo Fonseca.

Em todo o caso, não se arrepende da escolha. «Depois de sair do FC Porto tive situações superconfortáveis a nível financeiro, mas o meu projeto tinha de ser num dos campeonatos mais fortes do mundo. Tenho o sonho, ou o objetivo, de vencer a Liga dos Campeões, e o Milan é um clube histórico que, independentemente do momento delicado, me dá a possibilidade de estar mais próximo de conquistar um troféu internacional», explicou.

Para isso, claro, precisa de ir obtendo resultados, reconheceu Sérgio Conceição: «Os dirigentes vão ficando dois ou três anos, os presidentes também e o treinador está sempre com as malas à porta. Está sempre na corda bamba com três ou quatro resultados. Podemos andar aqui com alguma hipocrisia, mas não há projeto nenhum. Os dirigentes querem salvar a pele deles, os presidentes a mesma coisa e nós treinadores temos de ter resultados. Vivemos deles. E a bola tem mesmo de entrar.»

Por isso, a construção de uma identidade de jogo tem de respeitar a obtenção desses resultados. «Para se ter sucesso é preciso ganhar. Uma equipa não tem sucesso sem identidade, mas temos de nos ir moldando, porque estamos num contexto onde o resultado é extremamente importante. Se tenho centrais que têm, como se diz na gíria, tijolos nos pés, não vou querer que eles saiam a jogar de trás. É preciso ter um conhecimento profundo dos jogadores, do que podem dar e daquilo que podemos extrair deles», defendeu o treinador, destacando a importância dos detalhes, como as bolas paradas.

Sérgio Conceição falou também da pressão de estar num clube como o Milan: «Cheguei, depois de uma semana fizemos a meia-final da Supertaça com a Juventus, a final com o Inter, ganhámos, no primeiro jogo do campeonato empatámos em casa com o Cagliari, com um erro individual do nosso guarda-redes, e desde a semana seguinte aparecem sucessores, novos treinadores para o Milan… É uma realidade completamente diferente, até de quando jogava em Itália, há 20 anos.»