Proença continua na direção das Ligas Europeias, insatisfeitas com «alteração unilateral» de calendários
Pedro Proença continua na Direção. ANDRÈ ALVES/ASF

Proença continua na direção das Ligas Europeias, insatisfeitas com «alteração unilateral» de calendários

INTERNACIONAL27.10.202319:57

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A Associação de Ligas Europeias reuniu-se esta sexta-feira em Riga, capital da Letónia, e um dos pontos de interesse prendia-se com a possibilidade de Pedro Proença ser eleito como presidente do organismo. O atual responsável máximo da Liga já fazia parte da direção, mas esta ficou reduzida apenas à sua figura, com a saída de vários elementos. Proença tinha dado a entender que se tivesse de escolher preferia continuar a exercer o cargo que tem em Portugal e chegou a entregar uma lista de condições para assumir o cargo. No entanto, não foi esse o caminho escolhido pela organização.

Na Assembleia Geral, aprovou-se a inclusão de três novos membros da Direção (Escócia, Bélgica e Países Baixos), que se juntam assim a Pedro Proença até ao fim do mandato em curso (2021-2025). O organismo, que agendou as próximas assembleias gerais para Inglaterra e Alemanha, em 2024, aboliu em 2020 o cargo de presidente, que foi desempenhado pela última vez pelo sueco Lars-Christer Olsson.

Da reunião saíram várias conclusões, entre as quais a reafirmação da insatisfação com a decisão da FIFA de «alterar unilateralmente» o calendário internacional, à revelia do organismo que representa os campeonatos profissionais europeus.

«É uma loucura que os representantes dos organizadores das ligas não tenham sido sequer consultados quando a FIFA decide, unilateralmente, efetuar alterações numa matéria tão relevante como o calendário internacional», lamentou o neerlandês Jacco Swart, diretor executivo da associação.

Swart assinalou que o alargamento do Campeonato do Mundo de 32 para 48 seleções, já a partir de 2026, bem como o novo formato do Mundial de clubes, que passará a ser disputado por 32 equipas em 2025, «afeta todas as ligas, mas com impacto diferenciado».

«Uma liga que tem 18 ou 20 clubes, alguns dos quais com possibilidade de disputarem o Mundial será mais afetada do que uma liga com 10 clubes, sem essa perspetiva», afirmou Swart, em conferência de imprensa, após a 47.ª Assembleia Geral.

O diretor executivo apontou o «contrassenso de as provas internacionais estarem a aumentar, mas a maioria das receitas continuar a ser gerada pelas competições domésticas», o que confere à associação «motivos sérios para estar insatisfeita».

O encontro serviu também para a analisar o modelo de distribuição de receitas da UEFA aos clubes não participantes nas provas continentais no ciclo 2024-2027, que manteve a tendência de crescimento em relação ao período anterior (de 5% para 7%) e mereceu o apoio do organismo.