Presidente do Nápoles apela à primeira-ministra de Itália: «Tenha a coragem de Thatcher»

Itália Presidente do Nápoles apela à primeira-ministra de Itália: «Tenha a coragem de Thatcher»

INTERNACIONAL17.03.202308:12

O presidente do Nápoles pediu à primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, que crie legislação para banir os adepto radicais do futebol italiano. «Gostava que tivesse a coragem da única primeira-ministra que atacou o problema em Inglaterra, Margaret Thatcher», afirmou, ontem, Aurelio De Laurentiis, em conferência de imprensa.


O líder do emblema do Sul de Itália falava na sequência dos desacatos entre ultras do Nápoles e do Eintracht Frankfurt no centro histórico da cidade na véspera da partida da segunda mão dos oitavos de final da Champions (5-0 no total das duas mãos). «O futebol é para as famílias e não para aqueles que vão fumar marijuana», prosseguiu o dirigente, mantendo o alvo definido: «Provavelmente aqueles que gritavam ‘o Nápoles somos nós’ nem sequer foram ao estádio, mas estavam a perseguir adeptos do Eintracht Frankfurt e a entrar em conflito com a polícia.»


Cerca de 600 adeptos do clube alemão deslocaram-se para a cidade sem bilhete, sabendo já da decisão da proibição da venda de ingressos para os germânicos, o que mereceu críticas do presidente da Câmara Municipal de Nápoles, Claudio Palomba, às forças de segurança: «A 14 de fevereiro foi decidido que não haveria bilhetes e os pacotes turísticos foram vendidos sem ingressos. Logo, porque não se impediu a chegada destes em caravana? A polícia preferiu segui-los  para ter maior controlo mas a verdade é que confluíram para o centro histórico.» O resto já se sabe: arremesso de objetos e carros incendiados. Nem 900 polícias destacados impediram a violência extrema, que provocou seis feridos (incluindo elementos das forças de segurança) e oito detidos (cinco italianos e três alemães).


Em comunicado, assinado pelo responsável pela ligação com os adeptos, Philipp Reschke, o E. Frankfurt recordou que os ataques «partiram dos adeptos do Nápoles» mas isso «não justificou a violência desenfreada que se seguiu entre as partes». «A proibição não leva a lado algum», pode ainda ler-se sobre a decisão judicial de impedir a presença de adeptos alemães na sequência de desacatos em Frankfurt, no jogo da 1.ª mão.


No meio de tantas críticas nem a UEFA escapou. «Só pensam neles, vejam o que aconteceu no ano passado, na final da Liga dos Campões, em Paris», disse Aurelio De Laurenttis, «orgulhoso» do «ambiente de festa no estádio». «Como deve ser sempre.»

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