O sucesso do Sporting na opinião de Augusto Inácio e Litos
Leões regressaram à liderança do campeonato depois da derrota pesada do Benfica no Dragão
O Sporting tem sido a equipa mais constante no campeonato e regressou à liderança depois da derrota pesada do Benfica no Dragão. Um sucesso coletivo agora analisado por Augusto Inácio e Litos a A BOLA.
Se tivesse de apontar uma hierarquia de responsáveis na boa época do Sporting quem colocaria em 1 lugar? Direção, treinador ou jogadores?
Augusto Inácio: «Quem dirige os jogadores é o treinador e a equipa técnica. É um trabalho que já dura há quatro anos... As coisas estão bem encaminhadas e o Sporting está a fazer uma excelente temporada. Os jogadores expressam as ideias de jogo do treinador e são eles os heróis quando as coisas correm bem. Quando correm mal, o primeiro a ser culpabilizado é o treinador. Tudo isto também com a cobertura da direção que dá todas as possibilidades da equipa técnica fazer o trabalho que tem que fazer, não lhes faltando nada. Todos fazem com que isto esteja a andar bem.»
Litos: «Não posso deixar de entregar a responsabilidade ao líder, que é o treinador. Depois virão aqueles que têm quota parte no sucesso. Por aquilo que também foi dizendo, tem de ser atribuído a Rúben Amorim.»
Como treinador, olhando para o aspeto mais táctico, qual é a grande mais valia desta equipa? A intensidade e reação à perda?
Augusto Inácio: «São duas coisas bastante importantes e em que o Sporting tem estado muito bem este ano. São fundamentais para o adversário não ganhar espaço nem ter oportunidades. Globalmente, o Sporting marca muitos golos e ataca muito bem. Defensivamente, às vezes tem claudicado, mas com os golos que marca... No equilíbrio das coisas, nota-se que o balneário deve ser bom, os jogadores dão-se bem. Há a responsabilidade do que cada um tem que fazer dentro de campo. O Sporting vale pelo coletivo, mas Gyokeres dá profundidade ofensiva e é uma grande mais valia.»
Litos: «Primeiro, o modelo de jogo, a forma como o Sporting atua e a estratégia montada. Acho que tem muito que ver com a construção e o seu processo ofensivo, atraindo os adversários para zonas mais subidas, o que torna mais difícil neutralizar a ligação de jogo do Sporting. É uma construção a três, ambos os guarda-redes têm qualidade com os pés, os laterais sabem projetar-se e isso tem muita influência e faz diferença quanto às outras equipas. Depois, o Sporting já teve sucesso sem Gyokeres, mas este sueco, pela sua atitude, disponibilidade física e capacidade de arranque, trouxe essa pressão quando a bola não tem bola e a atacar a profundidade. Tem uma intensidade de jogo altíssima e permite à equipa de Rúben Amorim jogar na transição.»
Depois desta jornada, o Sporting tornou se ainda mais favorito ao titulo?
Augusto Inácio: «Não, o Sporting tem confirmado que é um grande favorito ao título desde o início de época. Não é só nos momentos bons do Sporting e menos bons do adversário que se vai dizer que os leões são favoritos. Até agora, a equipa tem tido um rendimento muito bom e consistente. Diria que o Sporting ganha os jogos com naturalidade. Quando o Farense empatou no último jogo, até pareceu que o Sporting não ia ganhar, mas aparece o golo e ganha. As exibições têm sido dentro de um nível alto que vem desde o início da época. É sempre bom quando um rival mais próximo perde, neste caso o Benfica, e assim frente ao Famalicão o Sporting pode cavar quatro pontos de diferença, mas ainda há jogos difíceis. O melhor futebol tem sido praticado pelo Sporting, que tem sido mais regular e competitivo. Acredito que possam ser campeões.»
Litos: «O Sporting é sempre candidato e com a forma que está a jogar e tem tido o apoio de todos os sportinguistas, naturalmente que é mais provável poder chegar ao título. Percebemos que continua a ser um campeonato com grandes dificuldades, até pela grande densidade de jogos e também as competições europeias e Taça de Portugal. O Sporting tem tido um desgaste muito grande e apesar de ter um plantel mais equilibrado que no ano passado, continua a ter algumas limitações, daí algum cansaço que a equipa vai apresentando em alguns momentos.»