5 março 2024, 19:00
Segundas épocas de Schmidt: o que está a ser diferente no Benfica
Trajeto do técnico nos outros clubes foi sempre ascendente, ao contrário do que acontece atualmente; o ‘problema’ de ter feito a melhor temporada de estreia na Luz
Pontos em comum nas duas goleadas no Dragão; adjunto de Schmidt estava em campo em 2010; Luís Filipe Vieira manteve Jorge Jesus e títulos posteriores vieram a dar razão ao ex-presidente
Javi García poderá ser um guia emocional para Roger Schmidt na tentativa de ultrapassar o choque da goleada sofrida no Dragão, por 0-5, no último domingo. O antigo médio espanhol e hoje adjunto da equipa técnica (por escolha dos encarnados) estava em campo na noite de 7 de novembro de 2010, quando as águias lideradas por Jorge Jesus tombaram violentamente frente a um super Porto de André Villas-Boas com Hulk, Falcão, James Rodríguez e o melhor João Moutinho.
Se há alguém com cultura de clube (algo que sempre foi identificado no murciano) e proximidade ao alemão é ele, que certamente já terá mostrado ao chefe de equipa o que sucedeu a seguir à goleada de há 14 anos e ajudá-lo a colocar em perspetiva o que virá a seguir.
E o que aconteceu em 2010? Na verdade, além da contestação ruidosa, nada de estrutural. No jogo seguinte os encarnados golearam a Naval, em casa, por 4-0, mas perderam posteriormente por 0-3 diante do Hapoel Telavive para a Champions, competição da qual as águias viriam a sair, transitando para a a Liga Europa e caindo nas meias-finais aos pés do SC Braga de Domingos Paciência (que viria a perder a final de Dublin para o FC Porto).
Tal como acontece agora relativamente a Roger Schmidt, o presidente à data dos encarnados, Luís Filipe Vieira, também começou a ser pressionado para deixar cair Jorge Jesus, mesmo que na época anterior, tal como sucede com o alemão, as águias tivessem conquistado o título de campeão nacional.
Nessa temporada os dragões arrebataram quase tudo (foram campeões, ganharam a Taça de Portugal batendo o Benfica nas meias-finais e conquistaram a Liga Europa), ainda assim os encarnados ganharam a Taça da Liga.
Mesmo com essa sombra a pesar, Jorge Jesus continuou, numa decisão que Vieira mais tarde disse por diversas vezes ter sido a melhor, resistindo à pressão até de parceiros de Direção, porque o atual técnico do Al Hilal da Arábia Saudita viria a vencer mais dois campeonatos (2013/2014 e 2014/2015), uma Taça de Portugal (2014), uma Supertaça (2014) e três Taças da Liga (2011/2012, 2013/2014 e 2014/2015).
5 março 2024, 19:00
Trajeto do técnico nos outros clubes foi sempre ascendente, ao contrário do que acontece atualmente; o ‘problema’ de ter feito a melhor temporada de estreia na Luz
Por diversos fatores, incluindo o económico mas também a necessidade de estabilidade, Rui Costa está condicionado pelo contexto e estes dias têm sido passados a lamber feridas, envolvendo também aqueles que já passaram pelo mesmo. Incluindo Luisão, o diretor técnico e ex-capitão que nesse clássico foi expulso, tal como o dono da atual braçadeira, Nicolás Otamendi.