Liga O 'mister' de A BOLA: Era escusado sofrer tanto

1. Leão avassalador
O Sporting ganha o jogo no último segundo da partida, mas era escusado sofrer tanto. Depois de 15/20 minutos fantásticos do Sporting, que fez dois golos, ambos por Gyokeres, na sequência de um excelente trabalho de pés, rematando com o pé esquerdo no primeiro golo, e com o direito no segundo, sinal de que este ponta de lança marca golos com os dois pés, e não só com um, sendo que me pareceu também um jogador interessante a jogar de cabeça, porque também criou perigo dessa forma junto da baliza do Vizela. Foi um Sporting avassalador nessa fase inicial da partida, que obrigou o Vizela a defender com tudo o que podia.  Ou seja, a equipa de Rúben Amorim foi completamente dominadora.

2. Que se passou?
O Sporting vai para o intervalo descansado, a ganhar 2-0, e sabe que poderia ter marcado mais golos. Mas na segunda parte deu, como costuma dizer-se, uma branca à equipa, que perdeu organização, perdeu o sentido de não permitir que o Vizela pudesse fazer o seu jogo, e os minhotos foram acreditando que, afinal, era possível chegar à baliza de Adán e foram tentando a sua sorte. E marcaram. E no 2-0, quando a equipa adversária marca um golo, tudo fica em causa. E viu-se então um Sporting completamente desorganizado, com Pedro Gonçalves encostado muito mais à frente. Morita ficou sozinho no meio-campo e a equipa perdeu o sentido de orientação e depois já não conseguiu ser a mesma da primeira parte.

3. Alma e coração
É verdade que o Sporting teve sempre alma e coração, acreditou sempre que era possível ganhar, mas viram-se muitas debilidades na equipa, principalmente na zona central. O primeiro golo do Vizela é bola do guarda-redes para o central, do central para o meio-campo, do meio-campo para o ponta de lança, sempre pelo corredor central, em linha reta, e ninguém estorvou as ações do jogo ofensivo do Vizela. E o Sporting sofre aquele primeiro golo, que é realmente um momento que revela a falta de organização e a falta de foco daquilo que era as obrigações dos jogadores.
O Vizela faz o 2-2 logo a seguir e aí o Sporting ficou completamente perdido no jogo, que ficou partido, o Vizela acreditou que podia chegar à vitória, tal como o Sporting, mas os leões foram sempre claramente mais perigosos, o que é normal a jogar em casa, perante quase 40 mil pessoas - é de enaltecer a atitude dos adeptos do Sporting, que demonstraram que acreditam muito na equipa, apesar de ser verdade que houve um ou outro assobio, o que é natural depois de a equipa ter estado a ganhar 2-0 e deixar-se empatar 2-2, mais a mais pela falta de organização e pela individualismo que cada um quis impor no jogo, como Edwards ou Trincão.

4. Eis... Paulinho
Paulinho acabou por ser o salvador da pátria no último segundo ao assinar o 3-2. Esta foi uma vitória que sabe bem, são três pontos, mas é um aviso para o futuro, pois o Sporting não pode permitir, depois de estar a ganhar por 2-0, que o adversário chegue ao empate num minuto, principalmente por falta de foco, concentração e organização. Ficou o aviso: se o Sporting é candidato ao título, tem de rever algumas coisas e de certeza absoluta que vai melhorar.