O 'mister' de A BOLA do FC Porto-Gil Vicente: vitória difícil mas justa
Wendel fez um dos melhores jogos desde que chegou à cidade invicta
1. Superioridade
Com entrada pressionante, o FC Porto criou imensas dificuldades ao Gil Vicente, que tentava construir o seu processo ofensivo a partir do primeiro terço do campo. Esta pressão permitiu à equipa de Sérgio Conceição a recuperação de algumas bolas e a criação de algumas oportunidades, especialmente pelos corredores laterais, até chegar ao golo, por Ivan Jaime. O Gil foi concedendo muito espaço nas costas dos alas, também criados pelo facto de os laterais fecharem por dentro, com especial destaque para Galeno e Wendel, num dos melhores jogos que fez, para mim, desde que está na cidade invicta. Por volta dos 18 minutos o jogo começou a ficar mais equilibrado e passou a disputar-se mais no terço médio do campo.
2. Resposta
O Gil Vicente dá o primeiro sinal de perigo após uma boa recuperação de bola, seguida por um contra-ataque finalizado com um remate por Depu. Aos 31’, Galeno voltou a desequilibrar pela esquerda e obrigou Andrew Wilson a uma boa defesa, mas os visitantes davam sinais de perigo crescente. E após recuperação da bola num passe mal medido por David Carmo, o Gil surgiu em superioridade numérica junto da área do FC Porto e conseguiu igualar a partida. E na compensação Depu cabeceou ao lado numa situação clara de golo.
3. Pressão
Na segunda parte, o FC Porto entrou ainda mais pressionante, com melhor e mais rápida circulação de bola, com uma construção a três e a projeção dos laterais mais acentuada, tentando aproveitar o tal espaço livre entre o lateral e as costas do ala. Mas com o dragão muito previsível no seu jogo ofensivo, o treinador tentou dar maior criatividade. Com a primeira substituição, fixou dois avançados e recuou Ivan Jaime para tentar tirar partido dos seus passes ou dribles no corredor central. O Gil Vicente, para equilibrar forças no corredor central, também fez duas trocas. No entanto, aos 69 minutos Sérgio Conceição faz novamente três substituições para acrescentar maior capacidade de desequilíbrio e imprevisibilidade no seu ataque, com as entradas de Pêpê, Francisco Conceição e Gonçalo Borges. Estas trocas permitiram ao FC Porto ter maior acutilância ofensiva, mas também trouxeram maiores desequilíbrios defensivos, que originaram, aos 73’, aos 81’ e aos 89’, três situações de grande perigo junto da área portista, obrigando Diogo Costa a mostrar as suas credenciais e qualidades acima da média para segurar o empate.
4. Decisão
Nos minutos finais, o treinador do Gil fez novas substituições para combater o número de jogadores que o FC Porto colocava na zona de golo, passando a jogar com três centrais. Sérgio Conceição lançou a última cartada com a entrada de Toni Martínez e acabou por marcar num livre lateral, concluído por Eustaquio. Realce para a boa réplica efetuada pelo Gil Vicente, não só na qualidade de jogo, mas também pelas decisões do seu treinador Vítor Campelos, e para a determinação evidenciada pela equipa do FC Porto e a eficácia demonstrada nas substituições efetuadas pelo seu treinador.