Nacional-FC Porto, 2-0 Destaques do FC Porto: o que nasceu torto nem Namaso e Gul endireitaram

Péssima a entrada dos portistas na partida, com Pepê a arrastar-se e Nehuén a comprometer defensivamente; melhor na 2.ª parte os dragões com as substituições, mas a montanha já era muito alta para escalar

A figura do FC Porto: Namaso (6)

Lançado pouco antes do intervalo para o lugar do apagadíssimo Pepê, foi depois do descanso que o inglês trouxe algum rasgo e nervo que faltaram ao futebol do conjunto de Vítor Bruno naquele arranque de jogo só com a primeira velocidade engatada. Um primeiro lance de cabeça, após livre de Fábio Vieira, só não provocou estragos na estratégia de maior contensão dos insulares porque a bola ainda foi desviada por um defesa. Aos 53’, vindo da esquerda, tirou bem as medidas à baliza do Nacional, contudo, Lucas França respondeu ao remate rasteiro e colocado de Namaso com uma grande intervenção. Mais alma com ele em campo. É verdade que não é um jogador consensual, mas elevou o nível de qualidade da equipa. No entanto, o impacto positivo da sua atuação não foi suficiente para mitigar os danos autoinfligidos pelo FC Porto na primeira parte.

4 Diogo CostaFechou a porta ao 2-0 a Isaac Tomich, mas já nada podia fazer para evitar os golos de Dudu e Zé Vítor. Um jogo ingrato, na medida em que foi muito mal protegido pelo setor defensivo e praticamente não teve trabalho depois do intervalo, prova de que a própria abordagem coletiva do FC Porto deixou o capitão refém de uma estratégia falhada. 

4 Martim Fernandes – Saiu lesionado, com queixas na perna direita, mas pelo desenrolar do jogo ficou a ideia de que não escaparia à substituição, apesar do estatuto de jogador do FC Porto com mais assistências na Liga. Muito preso ao seu metro quadrado, raramente se libertou para zonas onde pudesse cruzar ou descobrir Samu. Assim que João Mário entrou, o Nacional fez o 2-0…

3 Nehuén Pérez – No golo inaugural dos madeirenses, o defesa argentino revelou fragilidades na cobertura a Dudu, comprometendo a solidez defensiva. Mal também na oposição à impulsão de Zé Vítor, no 2-0, repartindo aqui culpas com Eustáquio, que ficou a ver. Este jogo contra o Nacional foi o reflexo de outros em que o central exibiu debilidades que expostas perante um adversário atrevido se tornaram ainda mais gritantes.

4 Otávio – Aos 40 minutos, destacou-se com um corte crucial quando Dudu se aproximava, de forma ameaçadora, da área. Demonstrou excelente capacidade de reação, aproveitando a sua velocidade para intervir de forma oportuna. No entanto, continua a evidenciar fragilidades no jogo aéreo, um aspeto em que não apresenta melhorias. Tentou a sua sorte num remate de longe que não chegou a assustar Lucas França (54).

4 Galeno – Mal a fechar o corredor a Gustavo Garcia, que cruzou com muita facilidade para Dudu faturar. Parece ter-se esgotado a fórmula encontrada por Vítor Bruno para ter um lateral com impacto ofensivo. A realidade é que Galeno passou mal com a inércia de Pepê e nunca atingiu o ponto de conforto que lhe permitisse ser influente na equipa.

5 Eustáquio – Ainda que tenha ficado demasiado à margem no segundo golo, ainda foi das unidades de primeira linha mais esclarecidas, especialmente depois do intervalo. Grande passe a isolar Deniz Gul, com o avançado a falhar o chapéu por muito pouco.

Vítor Bruno arrasa equipa: «Primeira parte desastrosa»

12 janeiro 2025, 17:53

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Treinador do FC Porto reagiu à derrota frente ao Nacional, por 0-2. Aos microfones da Sport TV, o líder azul e branco lamentou a primeira parte macia e a falta de eficácia, salientando a justiça do resultado

3 Vasco Sousa – Assumiu o lugar de Alan Varela por força da lesão do argentino, mas não passou do intervalo. No lance que originou o primeiro golo do Nacional, perdeu o confronto físico com Isaac Tomichs e mostrou dificuldades em impor-se no controlo do seu território. A pressão ofensiva dos madeirenses no primeiro tempo acabou por expor estas fragilidades. Oportunidade perdida para Vítor Bruno pensar em colocá-lo entre as primeiras opções no futuro.

4 André Franco – Prolongou a sua presença no onze, apesar de um clássico apagado contra o Sporting que conheceu novo capítulo na Choupana, onde a ligação com Samu foi inexistente, apenas percetível nos pontapés de cantos que converteu antes do intervalo. Perante tão fraca produção, não subiu ao relvado para disputar o segundo tempo, ficando à vista uma crónica dificuldade em ter uma sequência de bons jogos pelo FC Porto. Desta vez, não foi por falta de oportunidades. 

4 Rodrigo Mora – A substituição do pequeno mágico, aos 62 minutos, por Deniz Gul, gerou contestação entre os adeptos portistas. No entanto, é importante reconhecer que Mora, apesar de um início de segundo tempo ligeiramente mais promissor, não conseguiu oferecer a imprevisibilidade que o jogo do FC Porto tanto exigia naquele momento. Em face da necessidade de chegar ao golo de outras formas, acabou sacrificado por Vítor Bruno, numa decisão compreensível.

3 Pepê – A um mau desempenho no clássico na meia-final da Taça da Liga juntou uma atuação arrastada e tristonha na Choupana, sem chama ofensiva e também sem capacidade de, em termos defensivos, auxiliar Galeno na asa esquerda. Das duas, uma: ou conheceu um abaixamento de forma (o que, em tese, será percetível nos treinos) ou os índices de confiança já não são os mesmos, impactando no seu rendimento. Saiu aos 43, rendido por Namaso.

4 Samu – Pouco ativo na primeira parte, teve aos 51’ a sua primeira ação, num canto de Fábio Vieira, mas a bola cabeceada pelo espanhol saiu ao lado. Meia hora depois, em posição mais do que privilegiada na área, falhou de forma clamorosa. Nunca como neste jogo o FC Porto precisou tanto de um Samu em dia com a inspiração.

5 João Mário – Podia ter explorado melhor a fase mais produtiva do FC Porto. Ficou-se pelas intenções, apesar de ter feito uma segunda parte competente.

5 Gonçalo Borges – Remate violento com defesa apertada de Lucas França, na fase termina do jogo. Trouxe mais vivacidade ao ataque, mas os centros nem sempre lhe saíram bem.

5 Fábio Vieira – Arrumou a ‘casa’, com vincada influência nos lances de bola parada, mas também no desenvolvimento de jogadas de ataque. Fez a diferença, mas não ao ponto de abater o Nacional.

5 Deniz Gul – Foi por centímetros que um chapéu proporcionado por saída da baliza precipitada de Lucas França (e por um passe fabuloso de Eustáquio) não relançou o FC Porto na partida. Podia ter definido melhor. Fantástico o centro a convocar Samu para o golo, mas o espanhol falhou o alvo com estrondo (81).