Casa Pia-Rio Ave, 1-3 Caravela com motor de lancha já começa a avistar o Jamor (crónica)
Vila-condenses eficazes foram letais nos momentos certos e controladores quando necessário. Gansos não tiveram ‘pé’ para um Rio de forte corrente
Quando, logo aos 3 minutos, Samuel Obeng teve nos pés a possibilidade de inaugurar o marcador – excelente intervenção de Cezary Miszta -, ficou no ar a ideia de que a boa maré do Casa Pia poderia estar para durar. Afinal, os lisboetas já não perdiam há mais de um mês – o último desaire havia sido no Dragão, diante do FC Porto (0-2), a 2 de dezembro de 2024 – e nos últimos cinco jogos tinham três vitórias e dois empates, sempre em partidas da Liga.
Mas essa sensação caiu por terra pouco depois, quando Kiko Bondoso deu o melhor seguimento a uma assistência de Brandon Aguilera e colocou os nortenhos na frente.
O jogo estava de parada e resposta e Miguel Sousa teve pontaria a mais na marcação de um pontapé de canto direto (!), enviando a bola ao poste direito da baliza contrária.
O ritmo diabólico manteve-se e logo depois do relógio ter cumprido o primeiro quarto de hora surgiu novo golo… e também para a formação orientada por Petit: João Novais convidou Clayton a ser feliz e o ponta de lança, à entrada da área, não perdoou. Que socos que os gansos tinham levado em tão pouco tempo…
A desvantagem já começava a pesar, mas o conjunto que tem sido superiormente liderado por João Pereira não foi ao tapete. Reequilibrou-se, uniu-se e seguiu firme com o intuito de dar a volta ao texto. Miguel Sousa (22’) e Ruben Kluivert (23’) deram o mote, Henrique Pereira (42’) – parecia que estava numa corrida de 50 metros, tamanha foi a velocidade com que irrompeu pelo meio-campo ofensivo – confirmou o cenário: o Casa Pia estava (bem) vivo e complemente disposto a lutar pela eliminatória.
O intervalo foi, porém, o melhor conselheiro para o Rio Ave, não só porque permitiu à equipa serenar depois do golo sofrido, mas porque Petit também terá alertado os seus jogadores para não darem aso a que o ritmo frenético se mantivesse. Os rioavistas passaram a ser mais calculistas e raramente sentiram a sua baliza em verdadeiro perigo. E ainda conseguiram fechar as contas, com um belíssimo trabalho de João Graça e um belo golo de Tiago Morais.
A caravela vai lançada com o motor de uma lancha e de Vila do Conde já se começa a avistar o Jamor. O São João de Ver é o adversário que se segue, nos quartos de final.