Em conferência de imprensa, o treinador do FC Porto fez o balanço da partida com o Nacional, que terminou com uma derrota por 0-2
Uma entrada em que corre tudo mal, depois uma reação na segunda parte. O que faltou para o FC Porto conseguir outro resultado?
Uma entrada completamente em falso no jogo. Na primeira jogada de relativo perigo, o Nacional faz golo, logo a abrir. Faz um golo de bola parada e nós, na primeira parte, não quisemos tanto ganhar como quis o Nacional. O Nacional quis muito ganhar, foi muito forte, muito contundente naquilo que eram os duelos, com um jogo muito direto, muito vertical e nós não nos conseguimos adaptar a isso. Nunca demos sinais de força na primeira parte.
Uma segunda parte completamente diferente. A equipa atirou-se ao jogo, tem três ou quatro lances claros para fazer golo- duas do Samu, uma do Danny, uma do Gul também – e era uma forma de, logo na fase inicial da segunda parte, reentrarmos no jogo. Nunca conseguimos, o adversário também se sentiu confortável, a ganhar por 2-0, estar estacionado atrás, a tentar transições. Na segunda parte, do ponto de vista do equilíbrio, a equipa esteve sempre bem, não permitiu ocasiões ao adversário. Agora, este jogo fica definido na primeira parte. Uma equipa que quis muito ganhar e outra que não quis tanto ganhar.
Treinador do FC Porto reagiu à derrota frente ao Nacional, por 0-2. Aos microfones da Sport TV, o líder azul e branco lamentou a primeira parte macia e a falta de eficácia, salientando a justiça do resultado
A equipa acusou a pressão de ter de ganhar para passar para a liderança?
Se calhar, mas não pode ser apenas isso. Uma equipa como o FC Porto, que quer ser campeões, tem de ter outros argumentos, tem de abordar o jogo de outra forma, tem de ter outra mentalidade, outro tipo de caráter. Perceber que o jogo não se ganha apenas naquilo que é o talento, mas muito naquilo que é o compromisso. O Nacional foi muito comprometido desde o início e nós não nos soubemos adaptar à intensidade, à atitude competitiva que o adversário teve e entregámos o jogo na primeira parte.
Na segunda, tentámos de várias formas, com vários lances para fazer golo. Não conseguimos e o adversário acaba por ganhar e, por aquilo que fez na primeira parte, ganha bem.
Péssima a entrada dos portistas na partida, com Pepê a arrastar-se e Nehuén a comprometer defensivamente; melhor na 2.ª parte os dragões com as substituições, mas a montanha já era muito alta para escalar
Como reage à contestação dos adeptos no final, com lenços brancos?
É normal. São adeptos que querem muito ganhar, estão habituados a ganhar. O FC Porto é um clube vencedor. Apoiaram do início até ao final, isso é aquilo que mais me importa. Depois, no final, têm de manifestar-se de acordo com aquilo que é o sentimento deles. Nada mais a dizer.
Lateral-direito assumiu que a equipa falhou o acesso à liderança, mas diz que ainda falta muito campeonato
Arrepende-se das substituições antes do segundo golo do Nacional?
Não, tinha de fazer, porque o Martim deu sinais de que não podia continuar. Entre ter uma bola parada com menos um jogador ou ter mais um para combater a marcação homem-a-homem mista que nós fazemos, obviamente que tínhamos de lançar alguém para dentro do campo. O Martim não podia continuar. Tínhamos de fazer, fizemos, coincidiu com o golo, mas nem sequer foi o homem que estava na marcação direta com o Martim. Mas até aí se viu a contundência com que o adversário quis muito meter a bola na baliza e nós não soubemos defender da melhor maneira.
Ausência de Alan Varela foi por lesão ou opção?
Foi por lesão. O Alan Varela vai estar, pelo menos, uma semana parado. Vamos ver se é preciso mais tempo ou não.