FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA O dia em que Portugal brilhou para poupar lápis e papel aos ingleses
Esperava-se uma humilhação inglesa, mas a Seleção Nacional conseguiu exceder-se para segurar o empate
Neste abril, às terças e quintas, A BOLA celebra os 50 anos de Liberdade oferecendo-lhe uma fotografia icónica. Esta é a foto e a história de hoje.
Era o dia 20 de novembro de 1974 e Portugal deslocava-se ao Estádio de Wembley para defrontar a poderosa Inglaterra, a contar para o apuramento para o Europeu de 76. José Maria Pedroto era o selecionador e, na altura, Portugal passava por um período de renovação. Por outro lado, a Inglaterra contava com uma geração fortíssima, com jogadores como Peter Shilton, Colin Bell, ou Kevin Keegan.
Esperava-se, portanto, um duelo desigual, tal como conta Humberto Coelho a A BOLA. Atualmente vice-presidente da FPF, foi, em Wembley, o capitão de equipa, e é ele que aparece ao lado de Octávio nesta fotografia. «Nos jornais ingleses, diziam para as pessoas levarem um papel e um lápis para apontarem os golos de Inglaterra!», lembra o antigo capitão da seleção. «Era, e foi, um jogo muito difícil, mas como soubemos dessas provocações, isso motivou-nos e fizemos um grande jogo.»
Portugal apresentou-se com um onze muito defensivo, mas a vontade de não permitir a humilhação reinou. Na baliza, Vítor Damas destacava-se com uma das grandes defesas da história, ao parar um golo quase certo de Dave Thomas. «A Inglaterra atacou muito, mas organizámo-nos muito bem e fizemos um jogo muito bom. Foi uma intensidade enorme, a que nós respondemos com uma capacidade muito grande e com uma motivação e confiança muito fortes. Ficaram frustrados porque pensavam que iam ganhar por muitos e não ganharam sequer!», concluiu Humberto Coelho.
Um grande momento da Seleção Nacional, que se excedeu naquele que foi o primeiro jogo 'a doer' de Portugal em Liberdade.