O Benfica-FC Porto de todos os desafios para Bruno Lage
Vitória relança a equipa, derrota compromete campeonato; treinador das águias venceu um de quatro duelos com os dragões
A receção de amanhã do Benfica ao FC Porto, para a jornada 11 do campeonato, é de extrema importância para as águias e não apenas por se tratar de um confronto com um rival direto.
Com menos um jogo na Liga, em consequência do adiamento do Nacional-Benfica, da jornada 8, devido a falta de condições por causa de nevoeiro na Choupana, os encarnados estão na terceira posição da classificação, com menos cinco pontos do que o FC Porto e menos 11 do que o Sporting, que lidera. Uma vitória no clássico reduziria para dois pontos a diferença para os dragões, mas uma derrota aumentaria o fosso para oito pontos, o que, não definindo tudo, deixaria as ambições do Benfica seriamente comprometidas na Liga.
A equipa das águias soma cinco vitórias consecutivas na Liga desde que Bruno Lage assumiu o comando, frente a Santa Clara (4-1), Boavista (3-0), Gil Vicente (5-1), Rio Ave (5-0) e Farense (2-1); um registo consistente, mas com o treinador, que entrou à jornada 5, para o lugar do técnico alemão Roger Schmidt, a ter neste clássico contra o FC Porto os primeiros grandes desafio e teste na prova.
Bruno Lage, 48 anos, tem na carreira quatro jogos com o FC Porto, sempre na liderança do Benfica; perdeu três e venceu apenas um, em 2018/2019 — na 24.ª jornada do campeonato, por 2-1, no Estádio do Dragão, com os golos benfiquistas a pertencerem a Rafa Silva e a João Félix, o dos portistas foi marcado pelo avançado espanhol Adrián López. Nos outros duelos o Benfica de Lage perdeu por 1-3 em 2018/2019 na meia-final da Taça da Liga, por 0-2 na jornada 3 da Liga de 2019/2020 e por 2-3 na jornada 20 da mesma temporada.
CONTAS A AJUSTAR
O último encontro entre Benfica e FC Porto deixou os adeptos dos encarnados à beira de um ataque de nervos. A equipa foi goleada por 0-5 no Dragão, na jornada 24 de 2023/2024, com Roger Schmidt a treinador. Um resultado que sublinhou a má época, com o Benfica a terminar em segundo no campeonato, com menos dez pontos que Sporting e mais oito que FC Porto.
Da ficha de jogo desse 0-5 continuam, no atual plantel, Trubin, Aursnes, António Silva, Otamendi, Di María, Kokçu — estes alinharam como titulares — Samuel Soares, Tomás Araújo, Álvaro Carreras, Florentino, Rollheiser, Tiago Gouveia e Arthur Cabral. Muitos jogadores, portanto, conhecedores do que representam os jogos com o rival e da importância e peso emocional destes confrontos e dos resultados.
Por outro lado, se a memória mais recente não é positiva, a história da última receção aos dragões é diferente. O Benfica venceu por 1-0 em setembro de 2023, na jornada 7. O golo pertenceu a Ángel Di María, apontado aos 66 minutos do desafio. O onze lançado de início por Schmidt foi este: Trubin; Bah, António Silva, Otamendi e Aursnes; João Neves e Kokçu; Di María, Rafa e Neres; Petar Musa.
No que diz respeito a Di María, autor do golo, o extremo argentino de 36 anos, na carreira só jogou contra o FC Porto pelo Benfica. Tem um registo de três vitórias, dois empates e quatro derrotas, com dois golos marcados.
Este jogo de domingo, com o FC Porto, surge num momento particularmente sensível para os encarnados. Além da importância que já tinha, a expectativa em redor do comportamento do Benfica aumentou depois da derrota por 0-1 em Munique de quarta-feira, frente ao Bayer, na 4.ª jornada da fase de liga da Champions.
Do desafio de Munique resultou algum negativismo nos benfiquistas, não pelo resultado, mas pela falta de qualidade da exibição. Bruno Lage utilizou uma tática diferente e uma estratégia muito defensiva, acabando, a equipa, por jogar o encontro inteiro num 5x3x2, sem capacidade de criar perigo, como comprova a estatística, que mostra ataque inexistente das águias, com apenas um remate à baliza do Bayern.
Bruno Lage, e os jogadores, têm, pois, muito a provar no clássico com o FC Porto.