TALENTO SEM LIMITES No elevador da subida: Pereira(s) de fruta doce, Leite com proteína e Faissal dono do terreno
A fase de apuramento de campeão da Liga 3 está ao rubro e há jogadores que continuam em grande destaque. Miguel Pereira é um dos faróis do líder Lourosa, Rodrigo Pereira e Tiago Leite empurram Belenenses e Fafe, Faissal Zangré carrega o Amarante
O caminho começa a ficar cada vez mais estreito, as decisões aproximam-se e a margem de erro é cada vez menor. Falamos do elevador da subida que vai subindo andar após andar na Liga 3. Seis dos 14 pisos já foram escalados e a altitude promete intensificar-se a cada semana que passa. Mas, a julgar pela amostra, não há quem sinta vertigens.
Está tudo em aberto na mais jovem competição do calendário nacional. Tudo pode acontecer. Há 24 pontos em disputa para cada equipa e entre o primeiro e o oitavo classificados são apenas 7 os pontos de diferença. Com todas as aspas que este apenas acarreta. Mas, reforçamos, tudo pode ainda acontecer. A matemática é uma ciência exata, mas até que se chegue ao resultado líquido do exercício há uma enorme dose de imprevisibilidade. O que torna a equação ainda mais apetecível…
Olhando de cima para baixo, há, porém, um destaque na liderança: o Lusitânia de Lourosa. O emblema filiado na AF Aveiro até começou esta fase com uma derrota – 0-1 no terreno do Sporting B -, mas daí para cá tem sido sempre a somar. Quatro vitórias e um empate conferem ao conjunto orientado por Pedro Miguel o estatuto de equipa mais bem colocada para a subida à Liga 2, ainda que com todas as reservas que tenham de ser feitas nesta fase da época. Porque ainda muita água (e tanta que tem caído…) vai correr por baixo da ponte.
E por entre os vários destaques que têm catapultado os leões de Lourosa para o lugar que todos querem ocupar no final da temporada pontifica Miguel Pereira. Um extremo versátil que alia (muita) velocidade e (assinalável) qualidade técnica, atributos que oferecem ao setor atacante dos lusitanistas uma imprevisibilidade capaz de colocar em sentido os últimos redutos defensivos adversários. À direita ou à esquerda – preferencialmente, porque também pode (e fá-lo a preceito) aparecer em terrenos interiores -, o camisola 11 já leva oito golos e duas assistências nos 27 jogos que realizou em 2024/2025 e ameaça bater os registos que alcançou na época passada, então ao serviço do Felgueiras (32 jogos, 11 golos e quatro assistências).
Aconteça o que acontecer nesta edição da Liga 3, estes palcos já são (demasiado) curtos para Miguel Pereira. Depois de terminar a formação no SC Braga, o extremo cresceu nas Taipas, no Felgueiras, no Espinho, no São João de Ver e na Oliveirense, estando agora no pleno direito de reivindicar um patamar superior.
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Rodrigo Pereira. Com formação Benfica e Vitória de Setúbal, o jovem ponta de lança, que no passado dia 7 completou 22 anos de idade, chegou este ano ao Restelo por empréstimo do Académico de Viseu. Não se deixou abater por ter baixado de escalão e tem aproveitado a oportunidade. Forte nos duelos dentro da área, oportuno na hora de finalizar, já picou o ponto por sete vezes em 27 jogos (uma assistência). Foi internacional sub-20 português em duas ocasiões e parece estar pronto para ter mais momentos de protagonismo. Para já, tem pintado o céu de Belém em tons de azul.
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Tiago Leite. O minhoto regressou à casa de partida. Com quase toda a formação realizada no Fafe – conclui-a, depois, no Moreirense e no Vitória de Guimarães -, passou, já enquanto sénior, por Berço, Pedras Salgadas, Gil Vicente (sub-23) e Anadia. Foi sempre deixando a sua marca ao longo deste percurso, mas o lar doce lar está a ser levado à letra pelo versátil avançado, de 24 anos. Tiago abriu o pacote de Leite e contabiliza 12 golos em 24 jogos. Inteligente na forma como se movimenta, sai muitas vezes do corredor central para procurar outros espaços e essa versatilidade tem saltado à vista e permite-lhe vislumbrar outros caminhos ao longo da carreira.
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Faissal Zangré. Ora aí está um caso peculiar de… rendimento. Aos 27 anos, o burquinês é uma das âncoras do Amarante, tendo a capacidade de reunir um conjunto de potencialidades extramente interessantes para um médio que não é só… um médio. Forte nos duelos individuais e com enorme capacidade de recuperação da posse de bola, o africano – que chegou a Portugal pela porta do Chaves (jogou maioritariamente na equipa B) e que passou ainda pelo Alcains – sabe também pisar terrenos mais avançados (digamos que pode ser 6, 8 ou 10) e já leva oito golos e uma assistência em 27 aparições. A cumprir a quarta época no Amarante, ainda pode aspirar a outros voos.