Moreno e o regresso a Guimarães: «É um jogo especial, mas não há ninguém que o queira ganhar mais que eu»
Moreno falou abertamente do regresso a Guimarães, onde se fez jogador, homem e treinador; o orgulho é eterno, mas o profissionalismo fala mais alto; paragem positiva para recuperar lesionados
Quando o relógio apontar para as 18 horas deste sábado, Moreno Teixeira sentirá, por certo, uma sensação muito especial: o regresso a Guimarães, mas agora… do outro lado da ‘barricada’. Enquanto treinador do Chaves.
Natural da cidade-berço, foi no Vitória que Moreno cresceu. Enquanto jogador, homem e treinador. E esta será a primeira ocasião que o antigo defesa-central/médio-defensivo voltará a Guimarães como técnico da equipa adversária. E na antecâmara desse momento, não escondeu a emoção e o orgulho por voltar a pisar um palco que se confunde com a sua história de vida.
«Não faço questão de apagar o passado. Aliás, orgulho-me muito de dizer que sou natural de Guimarães e tenho uma gratidão enorme por tudo o que o Vitória fez por mim, enquanto homem e enquanto profissional. E se eu dissesse que o jogo de amanhã seria só mais um jogo, acho que estaria a mentir e eu não sei mentir. É um jogo especial, não há como fugir disso».
No entanto, e pese embora o sentimento que fez questão de frisar, Moreno também não se coibiu de afirmar que o profissionalismo está acima de tudo: «Mas, ao momento tempo, garanto que não há ninguém que queira mais ganhar o jogo do que eu. Pode haver quem queira tanto, mais do que eu não há ninguém.»
Até porque, salienta, o emblema transmontano precisa de continuar a somar. Sob o seu comando os flavienses empataram com o Estrela da Amadora (2-2) e venceram o Arouca (2-0) e o Gil Vicente (4-2) – o único percalço aconteceu no último fim de semana, mas para a Taça de Portugal, com a derrota diante do Canelas, no desempate por penáltis – e Moreno quer continuar na mó de cima. «É um jogo importante para nós, estamos numa situação um pouco desconfortável na classificação. Vamos a Guimarães sabendo das dificuldades do que é competir no Estádio D. Afonso Henriques, percebendo a qualidade individual e coletiva que o Vitória apresenta, mas com um único objetivo, que é o de ganhar o jogo», assumiu.
Antes da partida da prova rainha do futebol português, o Campeonato tinha estado parado duas semanas devido aos compromissos das seleções. E essa paragem, salienta Moreno, foi importante para recuperar jogadores que estavam entregues ao departamento médico: «Esta paragem deu para ganhar algum tempo, nomeadamente sobre os jogadores que estiveram lesionados, e vamos ver se poderão jogar de início ou entrar durante o jogo. Sinto-me um treinador mais satisfeito por, neste momento, ter só o Sylla impedido de dar o seu contributo à equipa. Com todas as opções somos melhores, somos mais competitivos e é assim que vamos melhorar.»
Noutro âmbito, sublinhe-se, o Chaves decidiu demonstrar toda a sua solidariedade com uma manifestação que toda a região do Alto Tâmega e Barroso decidiu agendar para este sábado a favor do Hospital de Chaves. Os responsáveis pelo emblema transmontano não poderão estar presentes na referida manifestação, uma vez que estarão em Guimarães por ocasião do jogo com o Vitória, mas, ainda assim, o clube não deixou de expressar o seu apoio a esta iniciativa.