Momento mais especial e Pote: tudo o que disse Amorim na antevisão a Atalanta
Amorim na antevisão a Atalanta EPA/ANTONIO COTRIM

Momento mais especial e Pote: tudo o que disse Amorim na antevisão a Atalanta

NACIONAL05.03.202416:01

Sporting joga esta quarta-feira para os oitavos de final da Liga Europa

O Sporting joga amanhã a primeira mão dos oitavos de final da Liga Europa frente à Atalanta e Rúben Amorim já fez a antevisão ao encontro.

Recorde tudo o que disse o treinador dos leões

Sporting e Atalanta são equipas que gostam de ter posse de bola e tem calendários muitos semelhantes. O segredo para amanhã é quem faça mais correr o adversário: «A Atalanta é uma equipa que torna o jogo em duelos, a forma como se movimentam para construir também provoca isso no adversário. São muitos jogadores a trocar a posição e às vezes não temos tempo para o fazer. Temos de ter a inteligência de cada um acompanhar o seu homem. É uma equipa com capacidade física diferente das que encontramos em Portugal. Vemos jogadores como o Kolasinac e o Scalvini que aparecem a finalizar jogadas... É uma equipa muito potente e temos de igualar essa intensidade. Já tivemos dois jogos com eles, acho que nos adaptamos melhor no segundo, mas sinto que estamos mais preparados neste momento.»

Como se faz a gestão salvaguardando os objetivos? «A gestão que fizemos neste jogo [Farense] foi diferente de jogos no passado. Desta vez os jogadores que saíram foi simplesmente para os salvaguardar de uma lesão e para os tirar quando não tinham rendimento. Há uma rotação, como jogámos com o Benfica, e sabemos da importância desse tipo de jogo. Gerir para ir ganhando todos os jogos. Olhando para os jogadores que estão no limite, vamos vendo o rendimento no jogo. Temos o Pote que não pode jogar este jogo, o Inácio e o Adán.»

Faz quatro anos que foi apresentado no Sporting. Se voltar a ser campeão, a a Liga pode ser demasiado pequena e gostava de treinar na Liga inglesa? «A Liga Portuguesa nunca vai ser pequena para mim. O importante é sentir-me valorizado, feliz, e logo se vê o futuro. Não sei o que vai acontecer, mas esta liga e este clube nunca serão pequenos para mim. Vamos deixar isso para final da época.»

Numa situação idêntica à de Schmidt, fazia-lhe ou não sentido um pedido de desculpas? Depois do golo do empate do Farense, os jogadores esbracejaram por cansaço ou nervosismo? «Já perdemos 5-0 com o Ajax, com o City.... Sou um treinador com muita sorte porque me foi permitido falhar em toda a linha no ano passado. Sinto-me um sortudo e o resto é problema dos outros. Em relação ao Farense, é óbvio que quando sofremos um golo é nervorismo. Os adeptos queriam puxar por nós e não conseguiam, percebo que os adeptos sintam isso e não há problema em assumi-lo. Podíamos ter marcado quatro golos e três golos na segunda. Queremos muito ser campeões nacionais. Vai haver nervosismo e temos de estar preparados para isso. Vamos viver com ansiedade os últimos dois meses. Vamos sofrer, mas acho que vamos ganhar.»

Quenda chamado aos treinos, é um bom pronúncio? Qual é o momento mais especial nesta sua passagem pelo Sporting? «É difícil escolher. Até agora, foi quando fomos campeões nacionais. Sermos duas vezes será ainda mais especial do que chegar a uma final da Liga Europa... O Quenda faz parte do processo do Sporting e a aposta na formação. Tem tido um comportameno exemplar nos sub-23 e na equipa B. É um jogador de características para a frente, tal como o Nel quando o Paulinho não esteve. O Pote não está e pode fazer alguma falta naquela posição. Temos de fazer gestão a pensar no jogo do campeonato. Juntando o projeto à necessidade da equipa, veremos se o Quenda vai ter a oportunidade de estrear na equipa.»

O Sporting está mais preparado para enfrentar a Atalanta? Como está a recuperação do Pote e dos restantes jogadores? «O Pote, vamos fazer o máximo para recuperá-lo, como não tem lesão propriamente dita, depende muito da parte clínica, da forma como ele se sente e daquilo que nós achamos dele, da avaliação que faremos dele nestes próximos dias, portanto não há lesão. O Inácio está a fazer a sua recuperação, está a recuperar bem e o Adán teve aquela chatice. Eu acho que às vezes também não é o facto de o plantel ser curto. Os jogadores têm que jogar, há jogadores que são muito influentes e depois tem o azar de ter um toque ou outro. O Nuno Santos também houve uma fase que fez muitos jogos seguidos e não lhe aconteceu nada, portanto às vezes é um bocadinho também de sorte. Eu acho que não entrámos nada de forma prudente frente a Atalanta na fase de grupos, até foi ao contrário. Nós fomos à pressão em campo inteiro, onde eu acho que temos muita dificuldade, quisemos pressionar a equipa da Atalanta campo inteiro e deixar os jogadores muito separados em duelos individuais. Eles fisicamente são mais fortes que nós, nós temos que ser mais inteligentes, portanto eu até acho que foi um bocadinho o contrário. E depois foi o treinador que demorou a perceber um bocadinho melhor as rotinas da fase de construção da Atalanta. Na segunda parte percebemos melhor o encaixe que devíamos fazer. Acho que agora já temos melhor controlo sobre isso. Vamos ver amanhã, porque falar é fácil, vamos ver amanhã se estamos mais preparados.»

Falou com Edwards e Trincão sobre o lugar de Pedro Gonçalves? Diomande e Quaresma foram testados enquanto centrais do lado esquerdo. Algum deles se destacou? «Não, os dois estiveram muito bem. Têm características diferentes, o Quaresma é um jogador que vai melhor ao corredor, o Ousmane [Diomande] é melhor nos duelos, principalmente quando a bola vem de frente, portanto, vamos tentar utilizar isto de acordo com as características. Há mais opções, eu também não disse nada ao Trincão e ao Marcus [Edwards] para fazer de Pote, porque pode jogar lá outro jogador. Não quer dizer que joguem esses dois - e não vou estar a dizer quem é que vai jogar - mas todos eles sabem o que fazer. Isso é importante, principalmente quando jogamos com uma equipa com a Atalanta, toda a gente sabe muito bem o que fazer. Agora é esperar que amanhã estejam inspirados, o que eles têm que fazer é: o Marcus, quando receber a bola, se jogar, não perder a bola logo no primeiro toque, porque eles são muito fortes nesse primeiro embate. Se nós conseguirmos manter a bola principalmente de costas, eu acho que temos boas probabilidades de causar problemas à Atalanta.»

Este é o Sporting que joga melhor futebol desde que o Rúben é treinador? Existe uma certa «fome de vingança» por a Atalanta ter sido a única equipa a ter ganho em Alvalade esta temporada? «Não, simplesmente os jogadores do Sporting querem ganhar o jogo, querem passar a eliminatória, nem sequer isso entra na cabeça deles. Sim, eu acho que este Sporting é a equipa que joga melhor, é mais completa, tem características diferentes, o que torna a equipa mais imprevisível. Se vai ser a melhor, depende dos títulos, mas eu, olhando como treinador, acho que neste momento somos, desde que cá estou, a equipa mais completa, em todos os momentos do jogo, eu consideraria que esta é a melhor equipa.»

Stefano Pioli, treinador do Milan, considerou a Atalanta uma das favoritas a vencer. Também considera que a Atalanta está ao nível de Liverpool ou Leverkusen? O que pensou quando viu a Atalanta de novo? «A primeira coisa que pensámos é que já conhecemos a Atalanta, e isso foi bom porque nesta parte do calendário, onde em apenas um dia, se tivéssemos que estudar outra equipa, seria mais difícil perceber as rotinas dessa equipa e nesse aspeto é positivo. Eu considero a Atalanta uma das grandes favoritas a ganhar a competição porque estas equipas jogam em campeonatos diferentes. Até há pouco tempo, a Atalanta jogou com o Milan, com o Inter, agora jogou com o Bolonha e isso dá-lhes um traquejo, uma capacidade diferente, às vezes, das equipas portuguesas. Nós temos jogos muito difíceis na liga portuguesa mas a dimensão física desses jogos, a intensidade é completamente diferente, e essas equipas estão mais preparadas, em certos momentos, para vencer estas competições europeias, mas as equipas portuguesas, geralmente, surpreendem e têm a capacidade para se adaptar e para ter sucesso na Europa. Portanto, eu diria que a Atalanta é uma das fortes candidatas, mas também diria que o Sporting quer ganhar à Atalanta.»

Como viu estas últimas três partidas da Atalanta, em que a equipa só fez um ponto em três jogos? «O nosso foco foi mais nos jogos entre as duas equipas, porque não temos muito tempo para estudar a Atalanta. Obviamente, sabemos que a Atalanta vinha de uma série muito boa. O jogo com o Inter foi um jogo em que, de repente, o Inter resolveu, logo no início da segunda parte e mudou alguns jogadores depois disso. Focámos mais nos novos jogadores, para conhecermos bem as características. O Miranchuk tem jogado mais ultimamente, o que é completamente diferente de jogar o Koopmeiners naquela posição. Então, usámos os últimos jogos, não para ver a forma como constroem, porque isso já conhecemos, mas sim para vermos os novos jogadores e as novas características que vamos enfrentar neste momento.»