Missão quase cumprida
Gyokeres foi expulso aos 8 minutos. MIGUEL NUNES/ASF

O MISTER DE A BOLA Missão quase cumprida

NACIONAL27.10.202316:21

Jorge Castelo analisa o Raków-Sporting da 3.ª jornada da Liga Europa

1. Percepção e conhecimento  
Existe uma confusão entre o que se percepciona de uma equipa e, o conhecimento do seu real valor futebolístico. Em especial, quando o Raków tinha duas derrotas e zero golos marcados. É um erro justificável para quem não acompanha, de modo particular, certas equipas europeias. Fez bem Rúben Amorim, chamando à atenção para o facto de aspetos, menos conhecidos e reconhecidos do adversário. As equipas teoricamente menos apetrechadas, utilizam estímulos que advêm da qualidade do opositor, mas também, por falta de bom-senso se despreza as suas capacidades, utilizando tais argumentos, na ampliação dos graus de motivação, inspiração e comprometimento dos seus jogadores.

2. Plasticidade e flexibilidade
No processo de treino os treinadores desenvolvem cenários representativos da competição, proporcionando o desenvolvimento individual e coletivo, mantendo a sua identidade e integridade. Contudo, não é possível treinar e prever todos cenários possíveis de acontecerem. Assim, perante um facto não expectável têm de recorrer a alterações estratégico/táticas, como foi o caso, a uma expulsão logo ao 8.º minuto de jogo (Gyokeres). A resposta do Sporting foi rápida, calibrando a equipa de um 3x4x3 5x3+1 tendo algum tempo de se ajustar a uma situação de 10x10, em virtude do Raków ter necessitado de 5’ para colocar o seu 11.º jogador. 

3. Recomposição e vantagem
Não demorou muito para que o Sporting , em inferioridade numérica conseguisse ter vantagem no marcador (Coates 14’). Este facto deu confiança e conforto à equipa, apesar de faltar muito tempo de jogo. Mas este golo, parece ter intimidado de tal forma o Raków, que algumas das suas particularidades não se expressaram. Reduzida velocidade, agressividade e intencionalidade ofensiva, para além de equilíbrios defensivos inseguros, sempre a que a bola entrava na posse, tanto de Edwards ou Pedro Gonçalves. Contextualizando, o Raków estario mais preocupado em não sofrer o 2.º golo do que propriamente empatar a partida. Tal apatia foi bem aproveitada pelo S.C. Portugal, compactando o seu bloco defensivo, fechando espaços e marcando adversários e procurando tempo curtos de ataque, mas incisivos. Desestruturando funcional e mentalmente o adversário.

4. Reação e substituições
Na 2.ª parte o Raków foi uma equipa completamente diferente. Ganhou uma nova dinâmica, acalentada por uma excelente oportunidade de golo, nos primeiros minutos. Aumentou o ritmo e a cadência de jogo ofensivo, obrigando o Sporting a ter que substituir de uma assentada os dois jogadores da frente de ataque, colocando Paulinho (para um maior acerto na manutenção da bola) e Geny (aproveitando a sua velocidade e capacidade de 1x1). Contudo, o Raków foi acreditando que poderia alterar o resultado. Ampliou o seu jogo ofensivo em largura e, em simultâneo, desenhou ações de rotura entre a linha defensiva do Sporting. Criando situações de finalização já dentro da área, bem como a execução de cruzamentos tensos na direção do corredor central ou para a zona do 2.º poste. Desta múltiplas situações e, apesar do Sporting ter ampliado a densidade defensiva em frente à sua baliza, surgiu o empate aos 79’, através de dois movimentos de rotura, ultrapassando com eficácia, todos os obstáculos que se lhe opunham. 

5. Factos e futuro
Apesar de todas as incidências deste jogo, principalmente jogar com 10 elementos, quase durante toda a partida, num relvado muito difícil (para ambas as equipas) comprovou-se, a inexistência de dúvidas que o Sporting é a equipa com melhores argumentos do ponto de vista individual e coletivo, bem como da sua argumentação estratégico/tática, comparativamente a este adversário. Em Alvalade, irá com toda a certeza, superiorizar-se conseguindo a vitória e, os correspondestes 3 pontos. Aproximando-se do 1.º ou estabilizando-se no 2.º lugar, dependendo do resultado entre os outros competidores do grupo.