Mbappé sem papas na língua: «Jogar no PSG não ajuda»

Paris Saint-Germain Mbappé sem papas na língua: «Jogar no PSG não ajuda»

INTERNACIONAL08.07.202312:34

Melhor marcador da Ligue 1 com 29 golos e segundo melhor da Europa apenas atrás de Erling Haaland – ainda assim com um total de 55 em toda a época, incluindo o Mundial – Kylian Mbappé vê obstáculos na sua caminhada para grandes feitos, nomeadamente a conquista da Bola de Ouro, algo que persegue há muito apesar dos 24 anos.

Em entrevista concedida à France Football em meados de junho a propósito de ter sido distinguido com o prémio de jogador francês do ano – antes de enviar a já famosa carta a dizer que não pretende renovar para lá de 2024 e do ultimato de Nasser Al-Khelaifi e publicada neste sábado -, o jogador partilha o sentimento de que as suas atuações são muitas vezes vistas como normais e que jogar no PSG «não ajuda» a mudar essa impressão – tornou-se, talvez, banal. Uma evidência disso é ter sido o melhor marcador da Ligue 1 pela quinta vez seguida.

«As pessoas banalizam minhas performances? Sim, mas ao mesmo tempo não as culpo. As pessoas viram-me crescer, veem-me de perto a toda a hora, no PSG todos os fins de semana ou na seleção. E marco muitos golos há anos. Então, para as pessoas, isso já é normal», diz, dizendo que também ele já teve essa atitude em relação aos seus ídolos:

«Tive a sorte de ser um observador antes de me tornar ator. Eu mesmo banalizei o que o Messi fez, o que o Cristiano Ronaldo fez, o que os grandes jogadores fizeram. Vivemos numa sociedade de consumo, onde se diz ‘o que fizeste foi bom, agora faz outra vez’. E o facto de estar aqui mesmo ao lado, em Paris... Acho que jogar no PSG não ajuda muito, porque é um clube que divide. Então, é claro, isso atrai conversas, polémicas, mas não me importo porque sei o que estou a fazer e como», explica.

Talvez por isso, o avançado diz que sabe que ainda pode fazer melhor. «Muitas coisas me enchem de orgulho sobre esta época que passou. Primeiro, ter continuado a ganhar títulos, que é para isso que jogamos. O título é o mais difícil, é por ele que todos lutam. E, claro, estou muito contente por ter mantido o meu nível pessoal, com uma época a rondar os cinquenta golos», explica e promete mais: «Tive momentos marcantes, exibições marcantes, embora ache que ainda poderia fazer melhor.»