Luís Castro após eliminação do Al Nassr: «Não tenho medo de ser despedido»
Luís Castro, treinador do Al Nassr, em conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Al Duhail para a Champions Asiática (IMAGO / NurPhoto)
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Luís Castro após eliminação do Al Nassr: «Não tenho medo de ser despedido»

INTERNACIONAL12.03.202407:33

Clube saudita perdeu no desempate da marca das grandes penalidades frente ao Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, e está fora da Champions Asiática

Luís Castro garante não ter medo de ser despedido do Al Nassr após a eliminação da Champions Asiática aos pés do Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos. A imprensa saudita noticiou, antes da partida, que um apuramento para a próxima fase da competição seria fundamental para o treinador português continuar no comando técnico do emblema que Riade, que conta com Otávio e Cristiano Ronaldo.

«A minha presença no Al Nassr depende do trabalho honesto e digno que faço todos os dias com os meus jogadores. Não dependo dos resultados, dependo do trabalho honesto e digno. Não devo nada ao trabalho nem à minha consciência. Apesar de nunca ter sido demitido na minha carreira, não tenho de ser despedido. 25, 27 anos de carreira e nunca saí de um clube a meio. Sabem porquê? Porque quem trabalha comigo todos os dias sabe que não tenho medo dos resultados. Nem tenho medo de nada», começou por referir, em conferência de imprensa, onde esteve acompanhada por Guido Fienga, CEO do Al Nassr.

Luís Castro, treinador do Al Nassr (IMAGO / NurPhoto)

«A minha vida sempre foi trabalho. Quem vem de baixo, começa na quarta divisão e joga Liga dos Campeões, joga Liga Europa, joga Sul-Americana, não tem medo de nada nem de ninguém no mundo do futebol. Aquilo que me defende no meu dia a dia não são os meus resultados. São a minha família, os meus jogadores e aquilo que há nesta administração, os adeptos, a forma séria, honesta e digna com que conquistamos o trabalho», prosseguiu.

«A minha única tristeza é não ter podido mandar os adeptos do Al Nassr para casa felizes. Podemos ainda ser capazes de ganhar a Taça do Rei e a Supertaça, mas também podemos não ganhar. Se querem saber se o meu trabalho é bom ou mau, perguntem aos jogadores sobre o meu trabalho. Não tenho medo de ser despedido. A minha presença no Al Nassr é pelo meu trabalho árduo, e não estou aqui apenas pelos resultados. O mundo árabe debate resultados, não ações. A vida não é só isto», acrescentou ainda, falando das ausências de alguns jogadores.

Luís Castro e Cristiano Ronaldo (IMAGO)

«A ausência de jogadores importantes como Sultan Al Ghannam e Nawaf Al Aqidi afetou-nos muito. Esperamos que a nossa defesa fique estável nos próximos jogos. A má defesa deve-se apenas a erros individuais, não a erros coletivos. A justiça futebolística não esteve connosco. Treinámos os pontapés de penálti e os jogadores têm a responsabilidade de os executar. Os erros individuais são da nossa responsabilidade, incluindo lesões e suspensões. Tivemos 30 remates à baliza do Al Ain, tivemos oportunidades no jogo e a segunda parte foi melhor do que a primeira. São momentos difíceis para nós, mas felicito os jogadores pelo jogo, tendo em conta as dificuldades que sofremos», concluiu.

Eliminado da Champions Asiática, o Al Nassr, recorde-se, tem a vida muito complicada no campeonato saudita, estando a 12 pontos do líder Al Hilal, de Jorge Jesus e Rúben Neves.