Lage admite estratégia para afastar pressão: «Parece que funcionou»
Bruno Lage
Foto: IMAGO

Lage admite estratégia para afastar pressão: «Parece que funcionou»

INTERNACIONAL12.09.202312:34

Bruno Lage surpreendeu, há dias, quando numa conferência de imprensa disse que ia colocar o lugar à disposição da Direção.

Aconteceu depois da derrota do Botafogo no início de setembro, no dérbi do Rio de Janeiro com o Flamengo (1-2, 22.ª jornada). Foi a primeira derrota em casa no campeonato, a terceira ao todo, mas a segunda derrota seguida para o treinador português, que a meio da semana perdera com o Defensa y Justicia e foi eliminado da Taça Sul-Americana. No final, o treinador colocou o lugar à disposição.

Agora, na primeira entrevista no Brasil, ao Globoesporte, o treinador explicou o que pretendeu com a medida – proteger o plantel e colocar as atenções em si. 

«A conclusão a que chego é que funcionou, porque a pressão veio para cima de mim. Funcionou de tal maneira que se falou mais na situação, ainda bem, do que no VAR do jogo [o treinador apresentou várias queixas contra a arbitragem]. Estou de alma e coração no Botafogo. Coloquei o cargo à disposição, mas nunca quis sair. Há uma ansiedade normal, quer da parte dos jogadores, quer da parte dos adeptos,  por algo que ainda falta muito, mas que pode ser conquistado e que foge há 28 anos – o titulo brasileiro», afirmou.

No final, funcionou como queria: na imprensa falou-se mais da atitude no final do jogo – respondeu a apenas uma pergunta e saiu, largando a ‘bomba’, tendo sido reportado que houve uma reunião com a Direção ainda no estádio. 

«Estou de consciência tranquila, porque senti que naquele momento era aquilo que tinha que fazer. E foi bom, acabou por dar resultado porque toda a pressão foi em mim. Podíamos ter falado nesse jogo sobre várias coisas, mas não se falou. Não se falou tanto no VAR, não se falou tanto na exibição coletiva…»

Bruno Lage explicou mais: «O que mostrei de forma muito clara foi ‘este vou ser eu sempre, a tomar as melhores decisões para o Botafogo’. Quero pressão máxima. Mas o que eu sinto é que não pode haver uma ansiedade extra só porque estamos a fazer coisas novas. Eu quero a pressão em cima de mim, a responsabilidade em cima de mim, só quero que os adeptos continuem a apoiar os jogadores. Fizeram-no de uma forma fantástica depois da eliminação da Taça Sul-Americana [receberam a equipa no aeroporto de madrugada], mas senti alguns sinais de que as coisas escalam um pouco em ansiedade extra quando se tenta mudar qualquer coisa…»