Jorge Simão: «Não desvalorizo o dérbi, mas seis jogadores em risco fazem-me ponderar»
Jorge Simão, treinador do Boavista (foto: Boavista fC)

Jorge Simão: «Não desvalorizo o dérbi, mas seis jogadores em risco fazem-me ponderar»

NACIONAL11.05.202413:16

Treinador do Boavista tem na «cabeça a estratégia» e nem os jogadores a conhecem ainda; fala da percentagem de êxito que a equipa tem no Dragão, lembra que o Boavista só depende de si para ficar na Liga e deixou uma palavra a Fary, novo líder da SAD

No lançamento do dérbi portuense com o FC Porto, Jorge Simão não abriu o livro sobre a estratégia que vai utilizar no Dragão, sabendo-se que tem seis jogadores em risco de exclusão. Chidozie, que regressa às soluções depois de expulso em Guimarães, Vukotic e Bozenik, este ainda em tratamento a uma luxação no ombro esquerdo, têm quatro cartões amarelos, Abascal e Makouta, oito, e caso sejam sancionados falham a última partida da Liga, contra o Vizela, no Bessa. Na prática, são cinco em risco pois Bozenik não será opção para o jogo, porque a lesão ainda não está curada. Luís Pires e Bruno Onyemaechi também estão em tratamento.

«Neste momento temos dois jogos até fechar o campeonato e seis jogadores no limite da exclusão por acumulação de cartões amarelos. Tendo dois jogos e pontos ainda para conquistar, para segurar a nossa posição, é uma situação que merece alguma ponderação. Com isto não estou a querer dizer o que vou fazer, nem para um lado, nem para o outro, acho que merece uma ponderação, que já fiz. Na minha cabeça está claro o que vou fazer, nem os próprios jogadores neste momento sabem aquilo que me vai na cabeça. Não posso dizer muito mais do que isto», defendeu-se.

Uma coisa garante: «Não me passa pela cabeça desvalorizar o jogo. Nem pensar. Tenho de ter a capacidade de mobilizar a motivação dos jogadores. O jogo é importante para nós, é uma oportunidade para conquistarmos pontos que nos podem vir a ser muito importantes no final. Na cabeça dos jogadores só cabe o jogo de amanhã, não há mais nada para além desse.»

Portimonense e Estrela da Amadora e Estoril, adversários diretos na luta pela permanência, jogam este sábado. Jorge Simão foi questionado sobre este calendário e até que ponto pode influenciar a sua equipa: «Neste momento dependemos de nós, exclusivamente de nós, portanto o que acontecer antes do dérbi não nos influenciará de forma negativa isto para mim é muito claro.»

Num passado recente, o Boavista já conseguiu surpreender o FC Porto no seu reduto. «Temos cinco por cento de hipóteses de ganhar, 20 de empatar. Isto significa que o restante é a probabilidade que nós temos de perder o jogo, segundo as casas estatísticas. Os dados que referem obviamente podem servir, porque mesmo os cinco por cento não é uma missão impossível, pode acontecer. É muito improvável, como dizem estas casas de apostas, mas pode acontecer. E o facto de ter acontecido tão recentemente perdura obviamente na memória dos jogadores, acho que pode perfeitamente servir de motivação que é possível fazer alguma coisa e trazer alguma coisa do Dragão», indicou o treinador.

«Fary trouxe energia»

Finalmente, Jorge Simão falou sobre Fary, que sucedeu a Vítor Murta no comando da SAD: «Fary trouxe energia. Fary representa aquilo que é o Boavista, tem muitos anos de casa, representa a mística do clube, a cultura do clube, a cultura do Boavista, de um clube que viveu e foi crescendo e se desenvolveu numa grande cidade, juntamente com o FC Porto. Fary traz muita energia porque já tem um passado muito grande de ligação ao clube, quer como jogador, quer como dirigente, com várias funções. Quero deixar palavra também ao Vítor Murta, porque diga-se o que disser, acho que ele fez um bom trabalho no Boavista, mas agora há um virar de página.»