Já se vê a 'mão' de Amorim: Man. United goleia Everton
Dois de Rashford, mais dois de Zirkzee e tranquilidade dos 'red devils' em Old Trafford
Já se vê mão de treinador, dentro e fora de campo. Ruben Amorim estreou-se em casa na Premier League com uma vitória bastante confortável, por 4-0, frente ao Everton.
Ruben Amorim fez seis alterações no onze dos red devils face ao encontro com o Bodo/Glimt, a meio da semana, na Liga Europa. A explicação, antes do jogo, foi bastante clara: «É impossível jogar com a mesma equipa, com tantos jogos. Temos de estar prontos. Mudamos a forma como jogamos e todos têm de jogar e treinar. É impossível, em três dias, recuperar todos os jogadores. As características também são diferentes, para ser mais difícil de prever para o adversário», explicou, e assim foi.
Frente ao Everton, que preza a solidez defensiva e dá a Dwight McNeil as principais tarefas criativas, o Manchester United jogou com Bruno Fernandes mais na frente, em vez de no meio-campo. Casemiro voltou ao onze, Diallo também e Zirkzee também esteve na frente, tal como Rashford. Só que, ao contrário do que se podia pensar, jogou mais descaído para a linha, no apoio, e não como ponta de lança puro.
Foi uma decisão que se revelou certeira por parte de Ruben Amorim, uma vez que a defesa do Everton nunca soube lidar com a liberdade do neerlandês, que muito deu entre linhas. A chegada de Kobbie Mainoo também foi importante para que a equipa da casa conseguisse manter a posse de bola com mais critério, com a profundidade dos laterais, Diallo e Dalot, a ser muitas vezes explorada, sobretudo no primeiro tempo.
Apesar de começar pior, porém, o Everton também teve palavra a dizer. Entre os 20 e os 30 minutos, os toffees conseguiram incomodar os anfitriões, com pressão rápida e muita velocidade no ataque. Beto esteve perto de marcar, primeiro na sequência de um canto adversário, depois ao ultrapassar Onana, mas sem sucesso na finalização. A bola parada, que quase se havia revelado aliada, acabou por ser traidora, com Bruno Fernandes a encontrar Rashford que, com ajuda de desvio de Branthwaite, fez o primeiro em Old Trafford. E sete minutos depois, o defesa do Everton voltou a ficar mal na fotografia, ao perder para Diallo, que deixou no capitão do Man. United. Pleno de altruísmo, o portuguese magnífico, como é carinhosamente conhecido pelos adeptos do clube, serviu Zirkzee. 2-0 ao intervalo, jogo bem conseguido, mas que viria a crescer.
20 segundos bastaram para que o United marcasse na segunda parte. Foi outra vez Diallo, agora com um momento de vertigem, a começar a jogada do golo. Desta vez, assistiu mesmo, para Rashford marcar o 3-0. Bis de um avançado, ainda faltava bis de outro, e, já agora, tal como Bruno Fernandes, faltava a dobradinha de assistências para o ala costa-marfinense, a fazer o papel que jogadores como Geovany Quenda ou Geny Catamo assumiram com Amorim no Sporting. Depois de recuperar a bola a Tarkowski, permitiu a Zirkzee fixar o 4-0 final.
A partir dos 70 minutos, pouco ou nada se jogou. O Everton perdeu as forças, o Manchester United trocou a bola. Ouviram-se 'olés' das bancadas e a tranquilidade era visível no relvado do Teatro dos Sonhos, com uma exibição coletiva sólida. Imagem rara destes últimos tempos. A equipa mostra que começa a assimilar os processos da nova equipa técnica. Para já, pelo menos o otimismo reina no lado vermelho de Manchester.