«Quando Southgate falhou o penalty no Euro 96, estive 44 dias bêbado»
Tony Adams
Foto: IMAGO

«Quando Southgate falhou o penalty no Euro 96, estive 44 dias bêbado»

Antigo central recorda como foi ao fundo e se reergueu

Tony Adams um histórico do Arsenal (1983-2002) e da seleção, inglesa nunca escondeu como o abuso de álcool andou a par da sua carreira.

A propósito da morte de James W, diretor da Sporting Chance, instituição de solidariedade de Tony Adams, o inglês recordou como James foi importante para ele quando lidava com os problemas com o álcool. «Foi meu herói, terapeuta, padrinho e mentor. Ele salvou a minha vida e ajudou centenas de pessoas»,  disse o ex-futebolista britânico.

1996 foi um ano terrível, um dos mais baixos de que se lembra.  «Tinha 29 anos e não queria estar no planeta», disse a propósito, em entrevista ao jornal The Guardian.

 Uma lesão em fevereiro fez com que tivesse ainda mais problemas com o álcool. «Sabia que estava completamente encurralado e esse foi o pior lugar onde alguma vez estive. Em março, levaram-me os meus filhos. Não bebia ao pé deles, mas desmaiei num domingo à noite. Bebi sete garrafas vinho. Por isso, a sogra levou-me os filhos», continuou.

Tony Adams (Imago)

A mesma sogra pôs Adams em contacto com James W e melhorou, mas conseguiu ir ainda mais fundo depois do Euro 1996. «Ela pôs-me um papel com o número dele no bolso. Depois tivemos o Euro e eu consegui manter-me limpo e sóbrio graças ao futebol. Quando o [Gareth] Southgate falhou o penálti contra a Alemanha na meia-final, o álcool voltou de novo na minha mão, entrei numa bebedeira de 44 dias. No final já via coisas a saírem dos armários, estava paranóico. Pensei que estava alguém em casa. Pensei que estava a matar pessoas», recorda.

Nesse mesmo ano começou a frequentar os Alcoólicos Anónimos e agradeceu à sogra: «Ela salvou-me a vida. Em agosto de 96 fui falar com o James e entre nos Alcóolicos Anónimos. Estou limpo há 28 anos. Atualmente faço o que prego. Estou totalmente recuperado, mas continuo a frequentar reuniões regulares e vou a três ou quatro prisões por ano, transmitindo mensagens de ajuda.»