21 abril 2024, 01:30
Benfica e Farense: uma volta inteira sobre brasas
Primeira manifestação contra Schmidt ocorreu no jogo frente aos algarvios, na Luz, obrigando Rui Costa a defender publicamente o treinador; agora visita Faro com a espada em cima
Hassan antecipa a A BOLA o duelo entre os antigos clubes; antigo avançado vai estar no São Luís
O Farense-Benfica da 30.ª jornada vai contar com um espectador especial nas bancadas: Hassan Nader, 58 anos, icónico ponta de lança do futebol português que passou pelos dois emblemas. «Neste momento estou em Vilamoura e vou aproveitar para ir ao estádio» revela a A BOLA, na companhia de Barrigana e Raul Barbosa, antigos médio e central com quem partilhou balneário no clube de Faro.
Marcou aos 90’ o golo que deu a última vitória dos leões algarvios contra as águias, em 1998, mas não arrisca, agora, fazer prognósticos: «Uma vitória dará mais tranquilidade ao Farense no campeonato, precisa dos pontos. Joga no seu estádio e poderá estar melhor, mas até já perdeu muitos pontos em casa. De qualquer forma, não nos podemos esquecer que o Benfica está ferido e convém aparecer segunda-feira, porque já saiu de quase todas as competições. Mas o Farense tem todas as condições para ganhar.»
21 abril 2024, 01:30
Primeira manifestação contra Schmidt ocorreu no jogo frente aos algarvios, na Luz, obrigando Rui Costa a defender publicamente o treinador; agora visita Faro com a espada em cima
Foi com a camisola do clube do Algarve que viveu os melhores anos da carreira e recorda a A BOLA «a grande sensação e grande motivação» de jogar no Estádio de São Luís, «um inferno para as equipas que lá iam», frisando que «as equipas sofriam muito quando lá jogavam».
O antigo avançado mostra-se feliz com a atualidade desportiva do clube: «O São Luís voltou a ter mais adeptos e acredito que no jogo contra o Benfica a casa vai estar cheia. Há cada vez mais sócios a apoiar a equipa, que merecia estar sempre na primeira Liga. Está a fazer o seu campeonato e os adeptos enchem quase sempre o estádio. É um dos que têm melhor assistência média na época. É das casas que estão quase sempre cheias e não é fácil jogar aqui em Faro!»
Nas duas épocas que carregou a águia ao peito, Hassan teve «o privilégio de privar com grandes jogadores, como Michel Preud’homme, João Vieira Pinto, Valdo, Ricardo Gomes, Hélder Cristóvão, Dimas ou Paulo Bento».
Chegou a Lisboa em 1995 com a A Bola de Prata na mala, pelos 21 golos marcados pelo Farense, mas nem tudo correu bem: «Foi um pouco complicado para nós, foi uma época de transição e de mudança no Benfica. As coisas não correram bem, mas tínhamos grandes jogadores.»
Atento à temporada dos encarnados, o marroquino é da opinião de que «não correu como se esperava» e que «os resultados não têm sido os melhores, porque a equipa perdeu muitos pontos em jogos que não se esperava», reconhecendo que «houve muitas críticas à forma como o treinador geriu a época» e lamentando os assobios de que Roger Schmidt foi alvo.
Mas para Hassan já há poucas dúvidas: «Com a diferença de pontos entre Benfica e Sporting, quase podemos dizer que o Sporting já é praticamente campeão e que o Benfica vai acabar a época a zeros. A época acaba por ser uma desilusão.»
O antigo ponta de lança percebe qualquer coisa de golos — marcou 99 pelo Farense e nove pelo Benfica. Ainda assim, admite a dificuldade em escolher o nome indicado para o ataque das águias.
«No caso do Sporting é fácil, o ponta de lança deles é muito forte, típico ponta de lança à antiga. Para o Benfica as coisas são um pouco diferentes», começa por dizer. E explica: «É preciso ter em conta as qualidades de cada avançado em função do grupo. Depois, é preciso haver condições para receber bolas, criar oportunidades... são coisas que a meu ver não funcionaram muito bem este ano para a equipa, que tinha de jogar mais como grupo. Por isso vemos que o Benfica, nesta questão, falhou um bocadinho. Porque quando se vai buscar um jogador tem de se perceber como o treinador o vai integrar na equipa, para jogar mais e marcar mais golos.»