Gonzalo García: «Nunca é bom defrontar uma equipa grande que vem de uma derrota»
Gonzalo García. Foto: FC Arouca

Gonzalo García: «Nunca é bom defrontar uma equipa grande que vem de uma derrota»

NACIONAL28.09.202416:20

Treinador do Arouca fez a antevisão da partida frente ao FC Porto

O duelo da 7ª jornada será complicado para o Arouca, frente a um FC Porto a viver as comemorações do 131.º aniversário e ainda ferido pela derrota na Liga Europa [3-2, diante do Bodo/Glint, na Noruega]. Em conferência de imprensa, esta tarde, o treinador dos lobos, Gonzalo García, projetou o encontro de domingo, às 18 horas, no Estádio do Dragão.

Que FC Porto espera encontrar?

Seguramente, será um jogo difícil e duro. O Arouca fez na época passada um bom resultado [empate 1-1] e vamos tentar fazer o mesmo. Quanto à maneira de jogar do adversário, há jogos em que o FC Porto tem uma estrutura mais estática, dependendo dos jogadores que tem em campo, há outros jogos em que faz mais rotações e é mais dinâmico. O FC Porto tem várias opções, depende dos jogadores que utiliza. É possível que alguns dos jogadores que não jogaram na Noruega, joguem este domingo contra o Arouca. Sinto que nunca é bom defrontar uma equipa grande que vem de uma derrota. Na filosofia do FC Porto não é possível perder dois ou três jogos consecutivos.»

O Arouca sofreu com a pressão muito subida do Sporting [derrota por 0-3], que impediu a sua equipa de jogar como queria. Que ilação tirou para a forma como vai abordar o jogo com o FC Porto, sendo previsível que os dragões irão também pressionar o Arouca logo na saída de bola?

«Esperamos um adversário agressivo e pressionante, mas não vamos mudar a nossa forma de jogar. No jogo com o Sporting, faltou-nos tranquilidade. O que aprendi é que contra as equipas grandes tens de fazer as coisas bem o tempo todo. Não vamos bater a bola para a frente, porque, se o fizermos, estaremos a devolvê-la novamente ao adversário. Tentaremos fazer o nosso jogo, subindo a jogar. Vai ser o segundo jogo para alguns jogadores, outros estão ainda a adaptar-se, como o Ivo, o Popovic ou o Dante, e não podemos mudar o nosso caminho. Faremos algumas adaptações, mas mantendo a nossa ideia de jogo.»

Frente ao Sporting, optou por jogar com três defesas centrais. Prevê fazê-lo também contra o FC Porto?

«Não digo como irei fazer contra o FC Porto, mas no jogo frente ao Sporting a escolha não foi feita apenas com a ideia de defender. Foi uma opção pensada em função da organização do Sporting em campo e dos jogadores que tínhamos disponíveis nessa semana. Claro que teremos de defender, pois não queremos sofrer golos no Dragão, mas queremos também manter a nossa identidade de jogo.»

O Arouca tem tido muitos jogadores lesionados. Esta circunstância de não ter tantos jogadores à disposição é algo que contribui para que não se sinta tão pressionado quanto a ter de responder pelos resultados?

«Se perdes e faltam jogadores, fala-se de que faltam jogadores. Mais tarde, ninguém se recorda disso, de quem estava e de quem não estava, o que fica é o resultado, se perdeste ou ganhaste. Essa circunstância não é para mim um alívio, é um problema. Essa não é a única questão, há jogadores que saem, outros que chegam, há mudanças no plantel a que temos que nos adaptar. É responsabilidade minha resolver as dificuldades e tornar a equipa mais forte.»

Obteve a segunda vitória na jornada anterior, com o Farense. O que muda em ir a um estádio difícil como o do Dragão tendo seis pontos em vez de ter três?

«Os pontos dão sempre tranquilidade, mas isso não muda em nada a forma como vamos abordar o jogo. A forma como vamos estar no jogo não depende do passado, depende dos jogadores que temos disponíveis e da maneira como trabalham e eles têm-no feito com motivação. Por vezes, trabalhas muito e bem e o resultado não aparece. Mas gosto da maneira como a equipa lutou e venceu o Farense, isso demonstra a união que existe e a vontade de fazer algo positivo. É isso que me tranquiliza. Conquistar os três pontos é sempre o melhor para todos.»

Um jogador valioso e experiente como Jason ficou fora do onze inicial na jornada anterior, em Faro. Como pensa que pode ser útil no duelo com o FC Porto?

«Jason é um jogador muito bom, já o demonstrou, jogou todas as outras partidas e é muito importante para a equipa. Tenho que tomar decisões, dependendo do que vejo, sinto e penso sobre o que é necessário para a equipa. O Ivo [Rodrigues] tem trabalhado bem, o Guven [Yalcin] está a começar e o Alfonso [Trezza] tem a capacidade de atacar a profundidade, algo que não são muitos que o podem fazer. Jason é importante e tenho de encontrar uma fórmula. Não quer dizer que não jogue este domingo, ou que, se não for este domingo, não surja noutro jogo. No futebol as coisas mudam, são momentos que variam consoante os contextos, os estados físicos e mentais dos jogadores. No futebol cabe ao treinador tomar as decisões, pensando no que é melhor para cada momento da equipa. Jason tem muita experiência e, mais do que experiência, tem muitíssima qualidade. Por isso, tem de ser muito importante para a equipa.»

Como explica este número tão elevado de lesões numa fase tão inicial da época?

«Nunca me tinha ocorrido esta situação. Podemos ser levados a pensar que existe algo de errado ou de excessivo na forma de preparar e treinar a equipa, mas não é isso que acontece. O certo é que lesões novas, musculares, são apenas as de Loum, lesionou-se no jogo com o Sporting, e de Henrique Araújo, que se ressentiu ao serviço da Selecção Sub-21. No caso de outros lesionados, são lesões traumáticas ou articulares que já afetavam os jogadores.»

O quadro clínico

Para o jogo no Dragão, agravou-se o quadro clínico no grupo arouquense, já que o médio ex-FC Porto Mamadou Loum se juntou aos lesionados Galovic, Matias Rocha, Quaresma, Kouassi, Pedro Moreira, Busquets, Vitinho e Henrique Araújo, num total de nove indisponíveis.

Nos momentos que antecedem o encontro, o Arouca – cujo município foi também assolado por violentos incêndios - vai associar-se ao FC Porto numa iniciativa de homenagem aos Bombeiros portugueses.