O mister de A BOLA Gansos deixaram Gyokeres em terreno confortável

Tiago Fernandes deixa analisa a goleada caseira do Sporting (8-0) diante do Boavista, a contar para a 19.ª jornada do campeonato

Gansos arriscaram demasiado 

Quando o jogo começou em Alvalade, e ao deparar-me com as ideias de jogo tanto do Casa Pia como do Sporting, senti que o Casa Pia estava muito exposto ao que o Sporting poderia vir a fazer na partida, porque jogou com um bloco muito alto. Ainda para mais, o Sporting tem um avançado que privilegia a procura por muitos movimentos na profundidade, logo adotar uma estratégia que passa por jogar com 40 metros nas costas, ainda para mais contra o líder do campeonato, foi muito arriscado e as coisas acabaram por sair muito bem aos leões. Não esquecer que o Gyokeres é muito forte a aproveitar esses momentos para fazer golo. Além disso, o sueco é um jogador que  estica as linhas defensivas de qualquer equipa para zonas mais recuadas, o que faz com que liberte muito espaço entre a linha defensiva e a linha média do adversário para jogadores como o Pedro Gonçalves, o Trincão ou o Marcus Edwards, que encontram muito facilmente os espaços para ligar e acabam por conseguir chegar a várias situações de finalização.

Equilíbrios nos corredores 

Os laterais do Sporting estiveram muito bem. Tanto o Nuno Santos como o Ricardo Esgaio fizeram um jogo fantástico porque criaram muitos desequilíbrios, deram muita velocidade pelos corredores, aproveitaram de forma exímia todas as debilidades que os ganso foram apresentando ao longo dos 90 minutos e isso foi fundamental para a estratégia de Rúben Amorim. 

Eficácia leonina 

Num jogo que teve contornos de goleada, cada oportunidade que o Sporting dispôs deu golo e isso fez com que o Casa Pia ficasse cada vez mais bloqueado nas suas ideias e acabasse por não conseguir ter bola, porque os leões pressionaram muito alto e de forma constante. Quando assim é, fica muito difícil uma equipa reagir e desbloquear a pressão do adversário. Na segunda parte, a frescura do Sporting já não foi a mesma que apresentou nos primeiros 45 minutos e acabou por não tão ser eficaz na forma como pressionava, no entanto, é mais do que justo dizer que o Sporting mereceu vencer. 

Efeito Amorim 

O conjunto leonino fez coisas muito bonitas, jogadas muito bem delineadas e ensaiadas. Este foi, de igual modo, um jogo que deu para, praticamente, todos marcarem, algo que é muito positivo para jogadores como o Geny Catamo ou o Trincão, que precisam de marcar para ganhar confiança e moral. O Gyokeres foi mais uma vez a figura do encontro. Por fim, foi um jogo que o Sporting mostrou a sua ideia, o seu modelo e o Rúben merece estar na posição que ocupa, porque tem sido um treinador que tem jogado sempre para a frente, que pressiona, que quer ter a bola e isso faz com que seja um grande treinador, tendo uma grande equipa à disposição de momento.