ANTEVISÃO França-Itália: o reencontro de velhos rivais

Franceses e italianos já não se enfrentam desde 2018, mas mantêm viva uma rivalidade com 114 anos de história

Na sexta-feira teremos uma das partidas cabeça de cartaz da presente edição da Liga das Nações. Falamos do França-Itália, no Parque dos Príncipes, cujo pontapé inicial está marcado para as 19:45 horas. A França, que já conquistou este troféu no passado (2020/21), vai para a sua 5º participação na competição, enquanto a Itália disputa a prova pela 6º vez. O encontro tem os ingredientes todos para ser um grande espetáculo de futebol: duas equipas histórias, craques nos dois lados e uma grande rivalidade entre ambos.

O histórico

A rivalidade entre franceses e italianos dura há cerca de 114 anos e tudo começou no dia 15 de maio de 1910, dia em que uma recém-fundada seleção italiana disputou o primeiro jogo oficial da sua história, precisamente, contra a seleção francesa, em Milão. A squadra azzurra, que nessa altura ainda nem era assim chamada visto que vestia o equipamento da cor branca, venceu os franceses por 6-2, dando o pontapé de saída para uma histórica rivalidade entre ambos.

A França lá conseguiu vingar essa derrota em 1912 e 1913, mas, a partir dái, seguiu-se um longo período em que os gauleses não conseguiram de forma alguma vencer os italianos. Este ciclo só foi interrompido em 1982, 21 jogos depois do último triúnfo francês contra a squadra azzurra. Este longo período de superioridade italiana foi fundamental para construír o atual histórico de confrontos entre as duas equipas: 10 vitórias para a França, 18 vitórias para a Itália, 10 empates (38 jogos).

Se contabilizarmos únicamente partidas de caráter oficial, a Itália ainda tem vantagem. Italianos e franceses nunca se enfrentaram na Liga das Nações, mas já disputaram cinco partidas em Mundiais (1938, 1978, 1986, 1998, 2006), entre elas, a icónica final do Mundial de 2006, onde a Itália se sagrou campeã nas grandes penalidades. As únicas vitórias dos bleus contra os azzurri, em Mundiais, foi em 1986 e 1998 (nos penáltis). No Euro, já se enfrentaram duas vezes (2000 e 2008), o que resultou numa vitória para cada uma.

Momento atual

Analisando o atual momento das duas equipas, a Itália está longe dos tempos de larga superioridade perante a França. A squadra azzurra não vence os bleus desde 2008 e o último encontro de ambos terminou com vitória francesa por 3-1, num amigável realizado em 2018.

No Euro 2024, a Itália também não fez propriamente um brilharete, quando comparado com a campanha francesa. Os comandados de Luciano Spalletti ficaram pelo caminho nos oitavos de final, contra a Suíça, enquanto que a França alcançou as meias-finais, tendo sido derrotada contra a seleção campeã do torneio, a Espanha.

Até mesmo na questão do plantel os bleus têm algumas cartas na manga que a squadra azzurra não tem. Na história da Liga das Nações, Mbappé é o melhor marcador da França, com 7 golos, o que lhe confere o terceiro lugar (partilhado com mais jogadores) na lista dos melhores marcadores presentes na Liga A, atrás de Mitrovic (Sérvia) e Lukaku (Bélgica).

O que disseram os treinadores?

Didier Deschamps: «O objetivo é sempre obter os melhores resultados e, para isso, depende também do mês de março. Isso terá uma consequência... Haverá a Final 4, a Final 8, há esse objetivo e esta Liga das Nações também permite ver o maior número possível de jogadores. Sobre as críticas? Continuamos a seguir a mesma lógica de tentar ser o mais perigosos possível para os nossos adversários. Não vou pensar na nossa falta de eficácia, que nos penalizou no Euro, apesar de termos chegado às meias-finais. Continuamos a ter a mesma ambição. As críticas sempre existiram, fazem parte da minha vida e da vida dos jogadores».

Luciano Spalletti: «A França tem jogadores do mais alto nível. Temos de ter cuidado para sermos sempre uma equipa, porque as inversões frontais em campo aberto podem ser muito perigosas para nós. Como parar Mbappé? Com trabalho de equipa, com a ajuda de todos. Vi coisas boas nos treinos: participação, vontade e confiança no que vamos fazer. São valores muito importantes. Devolveram-me o meu primeiro sorriso depois do Euro 2024».

Onzes prováveis

França: Maignan, Koundé, Saliba, Upamecano, Hernández, Zaire-Emery, Kanté, Griezmann, Olise, Barcola, Mbappé

Itália: Donnarumma, Darmian, Calafiori, Bastoni, Di Lorenzo, Frattesi, Tonali, Pellegrini, Mattia Zaccagni, Raspadori, Moise Kean