Filipe Martins assinala competitividade da Liga: «Olhamos para o último e vemos uma equipa competente»
Na antevisão à deslocação ao Estoril, o treinador do Casa Pia não se mostra surpreendido com os resultados no campeonato e lembra a qualidade do Arouca, último colocado, para sustentar a dificuldade da competição
No espaço de apenas uma semana, o Casa Pia conheceu duas sensações distintas, passando da satisfação por duas igualdades em terrenos adversos como os que pertencem a Benfica e SC Braga à deceção de uma derrota em casa com o Vizela. Uma realidade que não surpreende o técnico dos gansos, Filipe Martins, que considera que tal será o reflexo de uma Liga muito competitiva e equilibrada, na qual é incerto o resultado de cada partida.
«Acho que disse isto, salvo erro, na primeira jornada: depois de ter visto alguns jogos da Taça da Liga, previ que fosse um campeonato muito mais equilibrado e nós olhamos para a equipa do Arouca, que neste momento é o último classificado, e vemos uma equipa muito competente, com qualidade, e acho que acima de tudo este ano a diferença que pode fazer no campeonato, além da qualidade dentro do campo, é também a capacidade mental para saber viver com alguns momentos menos positivos», considera o técnico.
Face à proximidade em termos de poderio e potencial entre grande parte das equipas que compõem o campeonato, Filipe Martins antevê, por isso, uma partida muito equiparada na abertura da 11.ª jornada, esta sexta-feira, na deslocação ao Estoril, adversário sobre o qual detém uma vantagem de apenas três pontos. Para não ser alcançado pelo oponente na tabela classificativa, o emblema lisboeta espera fazer valer, entre outros aspetos, o atual estatuto de terceira melhor defesa da Liga, com os mesmos nove golos sofridos que o Sporting.
Ao fim de dez jornadas, o Casa Pia conta apenas mais um golo sofrido que o Benfica, que sofreu oito, e mais dois que o FC Porto, a defesa até ao momento mais eficaz na competição, com apenas sete golos sofridos. Um ponto forte que os gansos transportam desde há várias temporadas e que o treinador considera ter que ver com a longevidade do trabalho desenvolvido, facilmente percetível em comparação com o ataque, cujos integrantes ainda se encontram há pouco tempo ao serviço do clube.
«Sinceramente acho que mantivemos a estrutura base cá atrás, o que continua a dar-nos alguma consistência defensiva. Os jogadores estão muito identificados com o que é o processo e se analisarmos com calma apercebemo-nos de que do meio-campo para a frente provavelmente o jogador que tem mais tempo no clube tem um ano e pouco, que é o Clayton, de resto o Felippe Cardoso chegou há oito meses, o Yuki Soma também…esses, ainda assim, estão identificados com o que é o processo», constatou, satisfeito.
O desafio que se segue para o Casa Pia passará por ter assimiladas as dinâmicas ofensivas tal como encontrava nas últimas épocas com o rendimento de Saviour Godwin, transferido para o Al-Okhdood, da Arábia Saudita, este verão.
«Acho que acima de tudo a maior dificuldade tem sido juntá-los todos, acaba por ser isso. Houve alturas em que tivemos o Jajá de fora e o próprio Fernando Andrade, depois voltou o Jajá e o Fernando ainda não estava e o Artur Serobyan vem de um campeonato completamente diferente», analisa Filipe Martins, como argumento para ainda encontrar margem para melhorar a sua frente ofensiva e colocá-la ao mesmo nível da sua defesa já bem consolidada.