Gonçalo Santos: «São poucas as equipas que conseguem fazer três golos em Braga...»
Treinador do Casa Pia satisfeito com o desempenho dos seus jogadores, apesar da derrota na 'Pedreira'; as explicações para a colocação de Nuno Moreira como 'falso' ponta de lança
O Casa Pia entrou para esta partida diante do SC Braga já com a permanência na Liga assegurada e talvez esse dado tenha permitido aos jogadores dos lisboetas soltarem-se totalmente num terreno que, à partida, seria de extrema dificuldade.
E a verdade é que os gansos realizaram uma exibição extremamente positiva, conseguindo, inclusivamente, passar para a frente do marcador já depois de estarem em desvantagem.
No final da partida, Gonçalo Santos lamentou, naturalmente, o desaire, mas salientou ter gostado da exibição da sua equipa.
«Este é o Casa Pia que queremos ver mais vezes. É a imagem do excelente trabalho que tem sido feito ao longo da época. Quando o SC Braga ficou com menos uma unidade fizemos alterações para tentarmos chegar ao 4-3. Não tínhamos nada a perder e não queríamos o empate. O SC Braga faz o 4-3 através de um grande golo, de fora da área. Tal como já tinha feito outro, de resto. Acho que o SC Braga fez grandes golos e o detalhe desses remates é que fez com que o resultado tivesse sido favorável ao SC Braga. Penso que ao longo dos 90 minutos nós fomos a equipa mais confortável no jogo e que mais próximo esteve de ganhar. Mas estamos a falar de uma equipa grande, que luta por competições europeias e que tem grandes jogadores. Isso faz toda a diferença no pormenor», analisou.
O técnico do emblema de Pina Manique preferiu, hoje, fazer alinhar Nuno Moreira como falso ponta de lança - Felippe Cardoso, a habitual referência ofensiva da equipa, começou no banco -, sendo que todas as explicações para esta opção estratégicas foram dadas por Gonçalo Santos no final do encontro.
«Optámos por um tipo de pressão diferente em relação ao que tínhamos vindo a fazer. Jogámos com o Nuno Moreira mais na frente e o Pablo Roberto numa zona mais híbrida, entre a esquerda e o meio. Sabíamos que o SC Braga jogava com três médios, um mais dois, e sabíamos que a vantagem estaria sempre ao lado do número 6, que foi o João Moutinho. Metemos o Nuno Moreira para criarmos ainda mais superioridade, porque sabíamos da obrigação que o SC Braga tinha de ganhar o jogo. Eu fui jogador durante muito tempo e também sei que é muito difícil para os defesas-centrais saltarem entre-linhas. Queríamos criar essa superioridade ao lado do João Moutinho, atrás do Ricardo Horta e do Zalazar e penso que foi conseguido. Tivemos longos períodos de posse de bola, com tranquilidade e saídas para o ataque. Não em transições, mas muitas vezes com o atrair e depois partir para o ataque. Acredito que o SC Braga não estivesse preparado para isso e penso que foi uma das grandes armas do nosso jogo. A equipa sentiu-se confortável ao longo do jogo e foi sempre criando perigo. São poucas as equipas que conseguem fazer três golos em Braga e isso prova a nossa qualidade», justificou o jovem técnico.