Alan Varela está totalmente integrado na grandeza dos dragões. A forma como foi recebido e o apoio da família na base da felicidade. Sonho da Champions é construído «passo a passo».

Dois meses de pura felicidade. Assim têm sido os últimos tempos de Alan Varela, os primeiros de dragão ao peito. Esse mesmo sentimento foi transmitido pelo jogador numa entrevista dada à Eleven Sports/DAZN Portugal, por ocasião da antevisão de mais uma ronda da Liga dos Campeões, que, desta feita, vai levar o FC Porto à Bélgica, para defrontar o Antuérpia, em partida referente à 3.ª jornada do Grupo H e que vai realizar-se na próxima quarta-feira (20 horas).

«O FC Porto é muito reconhecido a nível mundial. A sua história é muito grande. Espero continuar a contribuir com um grãozinho de areia, jogo a jogo e em cada treino, para o melhor da equipa».

E para que as primeiras impressões tenham um selo tão positivo em muito contribuiu a receção de que Varela foi alvo. Desde que chegou à Invicta, assume o médio sul-americano, o tratamento que recebeu fê-lo sentir-se praticamente em casa. Algo que, de resto, ajuda a minimizar as saudades da família. Que, mesmo à distância, continua a ser um tremendo polo de apoio, confessa o jogador. «Sinto-me muito bem, muito confortável. As pessoas do clube tratam-me muito bem e os meus companheiros de equipa também. Estou extremamente contente por estar cá. A família, na Argentina, continua a transmitir-me todo o apoio para que eu possa estar bem e dar o meu melhor.»

Às portas de mais um encontro da melhor prova de competições da Europa, Alan Varela, que deve voltar a figurar nas opções iniciais de Sérgio Conceição – ficou de fora dos eleitos na partida frente ao Vilar de Perdizes, na passada sexta-feira, para a Taça de Portugal -, mostra-se confiante no sucesso portista. Até porque, ressalva, a derrota (0-1) com o Barcelona, na ronda anterior da Champions, ainda está ‘atravessada’ na garganta: «O desafio com o Barcelona foi muito duro. Especialmente pela derrota. O mínimo detalhe fez com que caísse para o lado deles, mas merecíamos um pouco mais.»

Antuérpia é mais uma etapa

Sem entrar em grandes detalhes sobre a deslocação à Bélgica e o confronto com o Antuérpia, Alan Varela abordou, ainda assim, a Liga dos Campeões no seu todo. Num panorama generalizado. E quando desafiado a falar de uma hipotética presença do FC Porto na final da prova, o argentino não excluiu esse cenário. Embora tenha demonstrado total clareza de análise.

«É a Champions, competição onde estão as melhores equipas da Europa. Não vai ser fácil, mas com o plantel que temos e a garra que colocamos em cada jogo, oxalá possamos passar [a fase de grupos]. Chegar à final? É preciso ir passo a passo e continuar a trabalhar diariamente para chegar a esse objetivo».

Sendo que, acrescentou ainda o jovem médio azul (azul de FC Porto e azul de Argentina), a possibilidade de jogar nesta montra europeia e num recinto com a dimensão do anfiteatro portista estiveram também na génese da decisão do jogador em rumar aos dragões. «A vontade de jogar pelo FC Porto e sentir a experiência do Estádio do Dragão era imensa, tal como o sonho de jogar da Liga dos Campeões», concluiu.

E porque dragão até rima com seleção…

Com apenas 22 anos e um percurso que tem vindo a ser realizado numa trajetória ascendente, é perfeitamente legítimo que Alan Varela tenha no horizonte o sonho de representar a seleção do seu país.

Nesta entrevista à Eleven Sports/DAZN Portugal, o médio sul-americano do FC Porto não esconde que a transferência para o FC Porto pode ter sido o passo decisivo para que, num futuro próximo, esse objetivo possa ser cumprido.

«Se posso estar mais perto de chegar à seleção? Penso que sim. Podemos dizer que há muito nível aqui na Europa. É óbvio que dei um grande passo na minha carreira, o FC Porto é um clube grande. Sinto que tenho de continuar a fazer o que tinha vindo a fazer no Boca Juniors, talvez até um pouco mais, para que um dia possa estar na seleção da Argentina».

Desafiado a comentar a diferença entre a Taça dos Libertadores e a Liga dos Campeões, o sul-americano foi claro: «São competições algo parecidas. Talvez aqui [na Europa] seja mais dinâmico, joga-se mais. Na América do Sul há mais paragens, muita fricção nos jogos. Essa é a diferença.»

Recorde-se que, apesar da juventude, Alan Varela transformou-se num dos elementos mais importantes do Boca Juniors nos últimos anos, tendo contabilizado, entre 2020 e 2023, nada mais nada menos do que 110 jogos (dois golos e quatro assistências) pelo emblema de Buenos Aires.

Os números e as exibições de Varela levaram o FC Porto a avançar em força para a sua contratação. Os dragões pagaram 8 milhões pela transferência (mais três mediante determinados objetivos), sendo que o Boca Juniors salvaguardou ainda 20 por cento de mais-valias numa transferência futura. De gigante para gigante até à seleção?...